“Promover o Estado de direito com a ajuda da sociedade civil é uma prioridade da Comissão, pois a sociedade civil é um vigilante essencial que pode lançar os alertas quanto às ameaças ao Estado de direito”, frisou Didier Reynders na abertura da conferência “O Estado de Direito na Europa”, a decorrer em Coimbra no âmbito da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE).
Segundo o responsável, é sobretudo através das organizações da sociedade civil que os países são informados “sobre a situação no terreno” e avisados sobre medidas que podem ir contra os “valores” e o “corpo legislativo” europeus.
O comissário europeu da Justiça defendeu por isso que “a aplicação das leis europeias não compete apenas ao Tribunal Europeu de Justiça, mas também aos tribunais dos Estados-membros”.
Didier Reynders destacou também o papel dos Estados de direito “resilientes” durante a pandemia de covid-19, que conseguiram “salvaguardar os direitos e manter as questões de segurança e saúde”.
Apelando, por isso, a uma “recuperação inclusiva”, o comissário apontou que os impactos socioecómicos da crise pandémica “sublinham a necessidade de reforçar a resiliência de todos os sistemas de justiça”.
O responsável assinalou ainda que a Comissão Europeia está “empenhada” no segundo relatório sobre o Estado de Direito na UE, que vai ser publicado em julho.
“Vamos acompanhar os desafios identificados no primeiro relatório, [apresentado em 2020], e aqueles que surgiram e vão surgir devido à pandemia de covid-19”, disse.
Este relatório é, apontou, uma “ferramenta de prevenção” que consegue identificar “desafios aos Estados de direito antes que estes se aprofundem” e permite que os 27 identifiquem “as melhores práticas e que aprendam uns com os outros”.
C/Lusa