O ataque, cujas razões continuam por explicar, aconteceu uma hora depois de os militares terem avisado o proprietário que iam atacar o edifício, ordenando a sua evacuação.
“O exército avisou o proprietário da torre em que a AP tem os seus escritórios que seria alvo” de um ataque, escreveu no Twitter Jon Gambrell, repórter da agência norte-americana.
O bombardeamento destruiu completamente o edifício de 12 andares que, além da AP, acolhia ainda delegações da televisão árabe Al-Jazeera e outros meios de comunicação social, deixando uma gigantesca nuvem de pó no ar.
Contactado pela AFP, o exército israelita não teve uma reação imediata às notícias.
“As bombas podem cair sobre o nosso escritório. Subimos as escadas do 11.º andar e estamos agora a olhar para o edifício de longe, rezando para que o exército acabe por recuar”, colocou Fares Akram, correspondente da AP em Gaza, na sua página no Twitter, pouco antes do ataque.
Desde segunda-feira que o movimento islamita dominante em Gaza – o Hamas – e Israel têm vindo a trocar disparos de e para o enclave palestiniano de dois milhões de pessoas.
Em Gaza, pelo menos 139 pessoas foram mortas, incluindo 39 crianças e 22 mulheres. Em Israel, oito pessoas foram mortas, incluindo um homem que foi atingido por um foguete que acertou Ramat Gan, um subúrbio de Tel Aviv.
Este aumento da violência tem levado ao medo de uma nova “intifada” palestiniana, numa altura em que as conversações de paz não existem há vários anos.
Os palestinianos assinalam hoje o Dia de Nakba (Catástrofe), quando cerca de 700.000 pessoas foram expulsas ou fugiram das suas casas nos territórios onde hoje se situa Israel, durante a guerra de 1948, o que faz aumentar os receios de mais agitação.
O diplomata norte-americano Hady Amr chegou na sexta-feira como parte dos esforços de Washington para desanuviar o conflito, enquanto o Conselho de Segurança das Nações Unidas temuma reunião marcada para domingo.