“Não posso sentir-me mais satisfeito e apoiar em tudo o que possa a iniciativa de Juan Guaidó”, sublinhou Borrell durante uma conferência no Real Instituto Elcano durante a apresentação do seu livro “A política externa da UE em tempos de Covid-19”.
O responsável pela diplomacia da União Europeia (UE) recordou que as instituições europeias “insistem há mais de um ano que deve ser esse o caminho, que a situação não se resolve caso não exista um processo de negociação”, motivo pelo qual a iniciativa de Guaidó foi muito bem acolhida.
Para Borrell, a iniciativa surge “num momento muito bom”, pelo facto de as próximas eleições regionais e municipais na Venezuela implicarem “uma ocasião muito importante” no processo de normalização do país e pela necessidade de “tentar que se apresentem todos os partidos políticos, incluindo os opositores aos que são representados por Juan Guaidó”.
O opositor venezuelano, o rosto mais conhecido do bloco anti-regime “chavista” no exterior, protagonizou na terça-feira uma reviravolta de 180 graus na sua política, ao admitir uma negociação com o Governo de Maduro para garantir um acordo que “deve surgir através de um processo de negociação entre as forças legítimas democráticas, o regime e as potências internacionais”.
Para mais, Guaidó apostou no “compromisso da comunidade internacional para garantir a recuperação da Venezuela e oferecer incentivos ao regime”, incluindo o progressivo levantamento das sanções, condicionado ao cumprimento dos objetivos fundamentais do acordo.