O secretário dos Assuntos Parlamentares e Europeus da Madeira, Sérgio Marques, considerou hoje que, depois dos incêndios que fustigaram a região em agosto, é "urgente" intervir para impedir desastres provocados pelas chuvas.
"Porque os efeitos dos incêndios repercutem-se no potenciar das aluviões e porque entramos agora no período de chuvas, torna-se absolutamente pertinente e urgente a realização de ações que sustenham, de forma perene, o efeito bola de neve entre os desastres estivais e invernos", disse o governante madeirense.
O responsável falava no encerramento do debate potestativo na Assembleia Legislativa da Madeira sobre a ocorrência dos fogos que fustigaram a ilha na segunda semana de agosto.
Sérgio Marques defendeu que devem ser equacionadas quais as espécies a "forrar as vertentes sobranceiras, apostando na floresta endémica" da Madeira, além do estabelecimento de faixas corta-fogo.
"Deve-se intervir ao nível do planeamento urbanístico e florestal, criando faixas de gestão de combustível", complementou.
O governante sustentou ser "imperioso que a limpeza dos terrenos florestais ou sem utilização económica seja uma realidade, sendo que, neste domínio, é essencial e insubstituível a ação dos municípios".
Também admitiu que ao nível da proteção civil e das corporações de bombeiros "há um caminho a percorrer", apontando a necessidade de criação de um comando centralizado.
Falando sobre a questão do uso dos meios aéreos no combate aos incêndios na Madeira, lembrou que existem dois estudos sobre esta matéria que desaconselham a sua utilização.
Sérgio Marques referiu que o Governo Regional entregou uma proposta aos ministérios da Defesa nacional, da Saúde e da Administração Interna, para elaboração de um novo estudo técnico e operacional para confirmação da possibilidade de serem utilizados estes meios na região.
"A Madeira é alheia ao facto deste estudo ainda não se ter realizado", concluiu.
Os incêndios que afetaram a Madeira na segunda semana de agosto, atingiram sobretudo o concelho do Funchal, tendo provocado três vítimas mortais, centenas de desalojados e mais de 300 imóveis ficaram danificados. Os prejuízos materiais foram avaliados pelo Governo Regional em 157 milhões de euros.
C/Lusa