A Operação Weka identificou 760 migrantes que tinham caído nas redes de tráfico ilegal, alguns deles aguardando em Marrocos a travessia em direção a Espanha a bordo de botes pneumáticos.
Segundo a ONU, a diferença entre os dois conceitos – tráfico ou contrabando de pessoas pelas máfias de imigração ilegal –, consiste em que na primeira as vítimas são vendidas recorrendo “ao uso da força”, e na segunda oferecem aos migrantes uma forma ilegal de emigrar do seu país para outro a troco de dinheiro.
A polícia nacional espanhola anunciou que 64 dos detidos foram intercetados em Espanha, indicou a agência noticiosa Efe.
Os serviços de informações espanhóis contribuíram para a operação com a detenção dos contrabandistas de migrantes que operavam no país magrebino norte-africano, assinalou a Efe.
Foi em Marrocos que a Operação Weka (“Stop” em suaíli) estabeleceu o seu centro de comando e onde efetuou o maior número de detenções, 49 das 195, quase todas relacionadas com tráfico de migrantes.
O dispositivo, que decorreu entre 28 de março e 02 de abril, foi coordenado por uma unidade da Interpol e recolheu informações provenientes de vários países de origem e destino das vítimas do tráfico de pessoas, como o Sudão, República do Congo, Espanha, Grécia e Marrocos.
No Sudão, a polícia resgatou 100 pessoas e deteve outras 20, incluindo traficantes que exploravam crianças numa fábrica de plásticos.
Pelo menos 29 pessoas provenientes da Líbia, Síria e Jordânia foram libertadas na República do Congo, onde eram exploradas por uma empresa de construção que lhes confiscou os passaportes e sem pagamento dos salários.
A colaboração do Quénia e do Uganda permitiu desarticular um grupo que traficava raparigas menores, incluindo uma de dez anos que foi libertada após ter sido vendida a uma família e efetuado trabalhos forçados.
Na África do Sul, a polícia investiu numa fábrica e resgatou 17 cidadãos do Mali que trabalhavam 15 horas diárias sem comida nem descanso, e na Grécia, no aeroporto de Atenas, foram detetados nove sírios que pretendiam sair do país com passaportes romenos falsificados e que fingiam constituir uma equipa de voleibol.
No comunicado, a Interpol assinala que a pandemia de covid-19 está a acentuar este género de situações e que os mais vulneráveis estão ainda mais desesperados para escaparem à “dureza” do seu quotidiano.
C/Lusa