Um ano depois da adoção das primeiras medidas com vista ao controlo do avanço da pandemia são vários os países que mantêm restrições, perante a força da terceira vaga e o receio de uma quarta.
Na Alemanha, a chanceler Angela Merkel revogou a decisão de suspender a atividade pública e económica para a Semana Santa e assumiu o “erro” daquela decisão, que causou confusão e atrito em plena campanha eleitoral.
Merkel pediu perdão aos cidadãos, apesar de as infeções e os internamentos em cuidados intensivos estarem a subir desde há semanas e de o governo estudar a proibição de deslocações ao estrangeiro, segundo vários meios, que realçam a polémica sobre as viagens a Maiorca neste período pascal.
O momento é complicado porque a eventual proibição levanta dúvidas sobre a sua constitucionalidade, pelo que os ministérios do Interior e da Justiça estão a analisar a sua viabilidade legal, apesar de persistir a recomendação de não viajar ao estrangeiro.
Em França, o governo anunciou hoje que está a preparar o reforço das restrições em vários departamentos, como Aube, Nièvre e Ródano, incluindo a capital deste, Lyon, depois de se assistir ao aumento dos casos de infeções. Estas áreas têm uma população de dois milhões de pessoas.
Em todo o caso, persistem as limitações à mobilidade, desde 20 de março, em 16 departamentos, incluindo Paris, onde reside um terço da população francesa, devido ao forte avanço da pandemia.
A França tem as suas fronteiras encerradas com a maioria dos Estados que não pertencem ao Espaço Económico Europeu (EEE) e desaconselha viagens aos da União Europeia.
No Reino Unido, a mobilidade está limitada a alguns motivos, como profissionais, assistência a doentes e emergências. Em qualquer outra circunstância, as pessoas devem limitar as deslocações à sua “área local”.
Só com razões especiais se pode viajar ao estrangeiro. Sair do país para fazer turismo ou outra razão não considerada essencial é punido com multas de cinco mil libras (5.800 euros) a partir de segunda-feira.
Em Itália não se pode viajar entre regiões até 27 de março. E até 06 de abril, todas as regiões com uma incidência semanal superior a 250 casos por cem mil habitantes passam a ter um confinamento em que é proibido sair de casa, exceto por motivos de trabalho, saúde, necessidade urgente ou para fazer atividade física nas imediações da residência.
Toda a Itália vai estar confinada no fim de semana da Páscoa (03, 04 e 05 de abril).
Nos Países Baixos não há restrições à mobilidade interna e as pessoas podem mover-se livremente em transporte público ou privado entre as diferentes regiões e cidades do país.
Ao lado, na Bélgica, as autoridades decidiram hoje encerrar as escolas, os negócios de contacto, como cabeleireiros, ou restringir o acesso aos estabelecimentos não essenciais a clientes apenas com marcação, entre outras medidas para procurar conter o avanço da pandemia.
A Bélgica não tomou medidas para restringir as deslocações internas, mas é um dos Estados membros da UE que mais restrições aplica às viagens ao estrangeiro, uma vez que as viagens não essenciais estão proibidas até 18 de abril.
Já em Espanha, a ministra da Saúde, Carolina Darias, analisa hoje com os responsáveis sanitários regionais a evolução da pandemia, com o receio de uma quarta vaga de infeções, o que poderia levar a endurecer as restrições à mobilidade e às relações sociais, com vista à Páscoa.
Cada região está fechada e apenas pode haver mobilidade entre elas por motivos estritamente necessários e essenciais.
C/Lusa