A “forma mais eficaz de combate ao racismo e à discriminação racial”, afirmou Joacine em comunicado, é “a escuta”, ou serem ouvidos, e que “tem sido historicamente negada aos sujeitos racializados”, lê-se num comunicado divulgado pelo gabinete da deputada não inscrita (ex-Livre) sobre a iniciativa “100 vozes contra o racismo”.
São 100 pessoas de diversas áreas como os ‘rappers’ Valete e Deezy, profissionais de saúde como Luciana Gomes e Márcia Cristina, trabalhadores de ‘call center’ como Bárbara Góis e Fábio Varela, escritores e músicos como Kalaf Epalanga e José Rui Rosário, universitárias como Isaiete Jabula e Inácia Sá, jornalistas como José Rui Rosário e Neusa Sousa, o realizador Welket Bungué, o motorista Nelson Semedo e a dançarina Agnês Rodrigues.
“Na luta contra o racismo, temo-nos deparado com a resistência em afirmar a visão e o sentimento das suas vítimas e pela tentativa de monopolização da narrativa e do conhecimento sobre o mesmo, por pessoas que não o sentem na pele, mas que usando o seu lugar de privilégio, tentam controlar a narrativa, enviesando-a”, escreve a deputada de origem guineense, alvo de ataques, por exemplo, de André Ventura, líder do partido Chega, ao sugerir que “seja devolvida ao seu país de origem”.
“A discriminação é a única arma dos medíocres para se destacarem”, escreveu Agnês Rodrigues no seu depoimento da iniciativa “Cem vozes contra o racismo” na conta de Joacine no Facebook, onde a jornalista Djamila Vieira afirmou: “Que os nossos filhos no futuro não sintam o peso da desigualdade racial.”
Em Portugal, o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial é assinalado em Lisboa com uma manifestação no Largo de São Domingos.