O porta-voz do PAN, André Silva, anunciou hoje que vai abandonar as suas funções executivas no partido e o lugar de deputado no parlamento, invocando motivos pessoais e a defesa do princípio da limitação de mandatos.
"Volvidos vários anos de intenso trabalho e de uma magnífica experiência cívica e pessoal, decidi não me recandidatar aos órgãos nacionais do partido", escreveu André Silva numa carta que dirigiu aos militantes do PAN e que publicou na sua página pessoal no Facebook.
Na carta, o porta-voz do PAN considera que "chegou a hora de mudar" e refere que, tendo sido pai há 5 meses, entende que deve "apanhar o comboio da paternidade para materializar valores" que considera essenciais nas esferas privada e pública.
"Além de pretender equilibrar a minha vida pessoal e familiar com a vida profissional, carrego a forte convicção de que numa democracia saudável as pessoas não devem eternizar-se nos cargos, devendo dar oportunidade a outras. Ou seja, como muitos sabem, defendo a limitação de todos os mandatos políticos, sejam eles partidários ou em órgãos de poder institucional", justifica.
Face a estes motivos, André Silva diz que entendeu não se recandidatar a um novo mandato na Comissão Política Nacional do PAN, "deixando todos os cargos de direção partidária".
"Vou-me embora tendo presente o patamar de notoriedade atingido pelo partido, bem como as aptidões de ação política e de disputa eleitoral autónoma que adquiriu nos últimos anos. Por tudo isto e por toda a mudança que quero que tenha lugar na minha vida, resolvi também renunciar ao mandato de deputado à Assembleia da República, com efeito na data de realização do nosso congresso no mês de Junho, cumprindo assim meia legislatura e fechando um ciclo pessoal e da vida do partido", acrescenta.