Seixas da Costa falava numa videoconferência sobre as prioridades da presidência portuguesa do Conselho da União Europeia (UE), na qual criticou o “apagamento” do bloco comunitário em relação à “solidariedade externa”.
“A União Europeia tem estado muito voltada para si própria, talvez pelas suas próprias crises, e tem olhado para a sua tradicional ação de solidariedade externa de uma forma que não está ao nível que uma entidade moral como a União Europeia deve ter”, apontou.
Neste sentido, o secretário de Estado dos Assuntos Europeus no XIII Governo constitucional (o primeiro liderado por António Guterres), alertou para a “situação dificílima” que se vive em África em relação à pandemia de covid-19, pedindo uma posição clara da presidência portuguesa nesta matéria.
“Um país como Portugal, que tem uma atenção sistemática relativamente a África e que fez as duas cimeiras euro-africanas [nas presidências anteriores], muito provavelmente terá alguma autoridade para poder suscitar a nível do próprio Conselho Europeu a necessidade de a UE não fechar os olhos relativamente à dificílima situação que atravessam os países africanos face à pandemia e aos seus efeitos”, defendeu.
Para o embaixador, é certo que “há um vice-presidente executivo da Comissão Europeia que chefia o Serviço Europeu de Ação Externa”, referindo-se ao Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, cargo que surgiu com o Tratado de Lisboa, em vigor desde 2009.