O responsável do projeto, Andrew Pollard, disse hoje à BBC que esta vacina pode ter um "grande impacto" ao nível da transmissão, notando que os testes foram feitos antes do aparecimento das variantes mais contagiosas do novo coronavírus, que "está a tentar encontrar a qualquer custo formas de continuar a ser transmitido".
O estudo mostra uma eficácia de 76% contra infeções após a primeira dose da vacina, eficácia que se mantém por três meses. A eficácia aumenta para 82% após uma segunda dose tomada três meses depois.
Estes dados suportam a estratégia do Governo britânico que, para vacinar de forma mais ampla, decidiu adiar a segunda dose até 12 semanas, para chegar ao maior número de pessoas.
No Reino Unido estão a ser usadas duas vacinas contra a covid-19, a da AstraZeneca/Oxford e a da Pfizer/BioNTech, às quais se juntará a da Moderna na primavera.
"Isto apoia categoricamente a estratégia que estamos a desenvolver", afirmou à BBC o ministro da Saúde britânico, Matt Hancock, referindo ainda que "mostra ao mundo que a vacina de Oxford está a funcionar bem".
A estratégia do Governo britânico, que aprovou as vacinas em dezembro e decidiu adiar a toma da segunda dose, tem sido criticada, particularmente pela França.
Ao contrário do Reino Unido, França e Alemanha não recomendam a vacina da AstraZeneca para maiores de 65 anos, embora a agência europeia a tenha aprovado para todos os adultos.
O secretário de Estado francês para os Assuntos Europeus, Clément Beaune, considerou que o Reino Unido "está a assumir muitos riscos", porque aposta de forma maioritária numa única vacina e porque alargou os prazos entre as injeções necessárias, "algo que os especialistas desaconselham".
Desde o início da pandemia de covid-19, em março do ano passado, o Reino Unido registou 108.013 mortes e 3.852.623 casos.
Entretanto, o número de pessoas vacinadas continua a aumentar, tendo quase 9,7 milhões recebido uma primeira dose e perto de meio milhão a segunda dose, normalmente administrada com um intervalo de entre 21 e 84 dias.