O especialista admitiu ainda que os planos que os governos europeus estão a preparar para receber de Bruxelas os fundos de recuperação possam não ter medidas suficientes para reverter a situação.
“Em 2010, a UE adotou um objetivo ambicioso de reduzir a pobreza em 20 milhões de pessoas até 2020. Fracassou (…) em grande medida porque o crescimento e a criação de emprego durante este período não beneficiaram pessoas com baixos níveis de educação ou com deficiência”, disse Schutter.
O relator especial das Nações Unidos falava hoje no Comité Económico e Social Europeu, onde apresentou as linhas gerais de um relatório que realizou sobre a situação atual da pobreza extrema na União.
Schutter indicou ter podido comprovar que “os planos de recuperação tiveram de ser improvisados devido ao sentido de urgência (…), tendo sobrado pouco tempo para consultas significativas aos agentes sociais e às organizações não-governamentais”, o que permitiria incorporar os seus pontos de vista.
O especialista indicou a meta de reduzir em 50% o número de pessoas em risco de pobreza até 2030, adiantando que os Estados membros têm três grandes dificuldades para combater eficazmente a pobreza extrema: a evasão de impostos e o ‘dumping’ fiscal, a redução dos custos laborais e as metas de redução do défice definidas pelo Pacto de Estabilidade e Crescimento.