O líder do CDS-PP/Madeira exortou hoje o Governo Regional a preparar, juntamente com o executivo nacional, um plano de contingência preventivo para a eventualidade do regresso de emigrantes que queiram fugir à situação "explosiva" na Venezuela.
"Exortamos o Governo Regional, conjuntamente com o Governo da República, a estabelecer esse plano de prevenção para precaver um eventual regresso de centenas ou até de milhares de madeirenses que vivem naquele país", disse António Lopes da Fonseca.
O líder centrista participou na tradicional Festa dos Romeiros, no Chão dos Louros, no concelho de São Vicente, no norte da ilha da Madeira, onde contactou com vários membros da diáspora, sublinhando que lhe transmitiram a "apreensão, sobretudo os que vivem na Venezuela, com a situação que se vive naquele país".
"A situação é explosiva e pode desembocar num regresso. Temos de estar preparados para os receber", sustentou Lopes da Fonseca.
Na sua opinião, "o pior que podia acontecer era o governo não estar preparado para eventualidade do regresso de centenas de pessoas que queiram fugir à situação de conflito que facilmente por desembocar na Venezuela" e que poderá resultar mesmo "numa guerra civil".
Lopes da Fonseca considerou que "o Governo Regional tem tido uma certa passividade relativamente a esta matéria".
O responsável também defendeu que o executivo madeirense deve desencadear os esforços necessários para resolver a situação dos lesados do ex-Banif e do ex-BES, porque muitas pessoas, incluindo emigrantes, "continuam a aguardar uma solução para a perda que tiveram do seus investimentos".
"Cabe ao Governo Regional estabelecer contactos com as entidades bancárias, no sentido de se resolver as situações que prejudicam os membros das comunidades que vivem na diáspora e investiram o dinheiro de uma vida nos bancos que faliram", concluiu.
A 7 de julho, questionado num debate potestativo sobre as comunidades madeirenses, no plenário no parlamento da Madeira, o secretário regional dos Assuntos Parlamentares e Europeus, Sérgio Marques, considerou que este "plano de contingência não será necessário", perspetivando que "as coisas irão compor-se" na Venezuela.
"Estamos empenhados em garantir que a região esteja preparada para as necessidades e dificuldades com que se venha a confrontar", assegurou o governante, admitindo que a capacidade de resposta do executivo regional "é limitada", mas os executivos português e madeirense "não podem deixar de assumir as suas responsabilidades numa situação de emergência".
Na Venezuela está radicada uma das maiores comunidades de portugueses naturais da ilha da Madeira.
C/Lusa