O Governo da República decidiu interromper os voos de Portugal para o Reino Unido. A medida foi implementada a partir das 00 horas de sábado.
“A medida foi anunciada por todos os países da União Europeia e, por isso, o que nós queremos dizer aqui é alertar todos os nossos cidadãos que queiram viajar para Portugal ou de Portugal para o Reino Unido que o façam só em situações de necessidade extrema porque vai haver aqui quase que uma impossibilidade de o fazer”, alertou Berta Nunes, secretária de Estado das Comunidades Portuguesas em entrevista à rádio Observador.
Mas há exceção. Os voos de natureza humanitária para repatriar cidadãos portugueses e britânicos. Neste sentido, Berta Nunes aconselha que “se houverem situações em que os nossos cidadãos tenham mesmo necessidade de viajar, o que nós aconselhamos é que contactem o gabinete de emergência consular que funciona 24 horas por dia, disponível no Portal das Comunidades”.
Os 27 estados membros da União Europeia mantêm as fronteiras internas abertas. Ainda assim, começam a surgir restrições à circulação.
“Há países que dentro da própria União Europeia como é o caso da França estão a exigir teste PCR para poder ir para França, ou seja, vai haver mesmo dentro da União Europeia algumas restrições, apesar de não haver nenhum encerramento do espaço aéreo”, garantiu a secretária de Estado.
Em relação ao Reino Unido, “a situação é mais complicada e, por isso, a primeira orientação ou alerta é que devem evitar-se todas as viagens e, se for mesmo essencial, as pessoas devem tentar obter o máximo de informação e podem utilizar o gabinete de emergência consular para se informarem”.
Segundo a secretária de Estado a linha de emergência consular tem tido recebido “algumas dezenas de contactos, mais de 40 pessoas”. As dúvidas são, principalmente, sobre “as dificuldades em viajar porque foram apanhadas de surpresa pela decisão do Reino Unido no dia 15 de janeiro de proibir, também, os voos devido à variante do Brasil, agora a situação ainda é mais complicada e nós esperamos que haja pessoas que possam ser apanhadas por estas decisões”.
A Secretaria tem recebido pedidos de ajuda, situações estas “que são encaminhadas para o consulado em Londres”.
“O consulado já acompanhou vários portugueses que não conseguiram resolver o problema com a sua agência ou a sua companhia aérea, porque também é evidente que as companhias aéreas e as agências de viagens também têm as suas responsabilidades para com as pessoas”, relatou.
Muitas delas “resolveram a situação com outros voos e a maior parte das pessoas conseguiram viajar”, apesar disso existiram “situações mais complicadas que o consulado acompanhou e tem vindo a acompanhar”.
“Caso as pessoas necessitem mesmo de viajar devem sinalizar essa necessidade junto do consulado de forma a avaliar se será necessário organizar algum tipo de viagem especial”, apelou Berta Nunes.
A concluir, Berta Nunes, afirmou à rádio Observador que não existe ainda “nenhuma resolução em concreto”, mas que “tomando como exemplo outras situações de espaços aéreos encerrados, é sempre necessário a autorização dos países em questão”. A secretária relembro “um exemplo mais extremo, na Venezuela”, onde “o espaço aéreo estava encerrado e organizámos várias viagens”.