O presidente do Governo Regional da Madeira disse hoje desconhecer a linha de crédito de 12 milhões de euros revelada na quarta-feira pelo líder do PS/Madeira, para apoio às empresas afetadas pelos recentes incêndios na Região.
"Acho um pouco estranho esse anúncio. Não posso levar muito a sério, porque o interlocutor do Governo nacional é o Governo Regional. Se isso [informação sobre a linha de crédito] foi feito a nível partidário, eu desconheço", disse hoje Miguel Albuquerque, comentando as declarações de Carlos Pereira, feitas na quarta-feira após uma reunião com o secretário de Estado do Desenvolvimento e Coesão, Nelson Souza.
"Posso anunciar que já está montada uma linha de crédito de 12 milhões de euros, que está totalmente dirigida para a economia regional, sobretudo aquela que foi sujeita aos incêndios", afirmou na ocasião Carlos Pereira.
Em causa estão empresas das áreas da restauração, da hotelaria e do comércio.
Hoje, à margem de encontros com funcionários do Instituto de Segurança Social da Madeira, da Investimentos Habitacionais da Madeira e com militares do Comando Operacional da Zona da Militar da Madeira, a quem agradeceu o "empenho, dedicação e profissionalismo" demonstrados no período de incêndios, Miguel Albuquerque disse hoje ter de tratar "as coisas a nível institucional, porque se for feito a nível partidário ninguém se entende".
A 14 de agosto, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, tinha anunciado que as linhas de crédito para apoiar o turismo na Madeira na sequência dos fogos iriam ultrapassar os 10 milhões de euros.
Na altura, o governante referiu que estas linhas permitem "prazos de financiamento muito alargados", com "um período de carência em que não se tem que pagar nada durante três anos", havendo "juros muito mais baixos do que o normal, porque 75% é coberto pelo Turismo de Portugal".
Os incêndios que fustigaram a ilha da Madeira na segunda semana deste mês provocaram três mortos, um ferido grave e centenas de deslocados e desalojados, sobretudo no concelho do Funchal, onde a autarquia avalia os prejuízos em 61 milhões de euros, com cerca de 300 edifícios destruídos ou afetados.
C/Lusa