O "chavismo" vai celebrar, a 12 de dezembro, a vitória nas eleições legislativas de domingo, no mesmo dia em que a oposição convocou os venezuelanos para participar presencialmente numa consulta popular contra o regime.
O anúncio foi feito pelo Presidente Nicolás Maduro, durante um encontro transmitido pela televisão venezuelana com os 253 parlamentares eleitos pelas forças que apoiam a revolução bolivariana e que farão parte do novo parlamento, que iniciará funções a 05 de janeiro.
“No sábado, 12 de dezembro, o povo revolucionário e os deputados que foram eleitos nas eleições parlamentares de 06 de dezembro, pelo Grande Pólo Patriótico, celebrarão em todas as praças públicas da Venezuela a esmagadora vitória popular obtida, rumo à aprovação da nova Assembleia Nacional da proposta de lei para o futuro Parlamento Comunal”, disse.
Nicolás Maduro explicou que está a rever o texto da nova Lei do Parlamento Comunal, para que, uma vez aprovada pela nova Assembleia, seja submetida a votação pelo povo, em eleições livres, secretas e democráticas.
Maduro disse ainda que o novo Parlamento Comunal deve participar numa Grande Mesa Nacional de Diálogo, que o bloco parlamentar bolivariano estabelecerá a partir da Assembleia Nacional, lamentando que a oposição, ao não participar nas legislativas de 06 de dezembro, tenha perdido oportunidades para procurar votos democraticamente e propostas válidas e favoráveis ao povo.
Por outro lado, recordou que para 2021 está prevista a realização de eleições regionais e de governadores, vincando que essa é a rota eleitoral do próximo ano.
“Haverá eleições para governadores e governadoras, quer chova ou troveje, e depois para alcaides [presidentes dos munícipios]”, disse.
O Presidente da Venezuela pediu aos novos deputados que fortaleçam os vínculos entre o povo e o parlamento e que elaborem o “Plano 200” com as portas abertas a todos os setores, para estabelecer um diálogo de ação com consensos e soluções.
“Temos de assumir a nossa responsabilidade e ir à profundidade do povo. Peço-lhes a máxima lealdade para as batalhas que estão por vir”, apelou.
O governante frisou ainda que comanda a batalha, que “não tem medo do imperialismo” e que está na disposição de dar a própria vida pela “felicidade do povo, pela liberdade da Venezuela, pela soberania da Pátria, pela construção do socialismo”.
“Não será fácil recuperar de todo o dano que esta gente [oposição] fez em cinco anos. Deixaram a Assembleia Nacional destruída, fracassada, desarticulada, desprestigiada. É a vossa vez de iniciar um trabalho de reconstrução das bases do parlamento”, instou.
Segundo Nicolás Maduro, o parlamento eleito “tem agora a capacidade para representar a Venezuela num grande diálogo internacional e procurar o respeito pela soberania" do país e pela "reconstrução das relações internacionais”.
Durante o encontro, o Presidente da Venezuela anunciou ainda que convocará, para o primeiro trimestre de 2021, um novo Congresso do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV, o partido do Governo) para passar em revista o plano de batalha até 2030.
No domingo, a aliança de partidos que apoiam o Governo do Presidente venezuelano Nicolás Maduro venceu as eleições legislativas, com 67,6% dos votos, quando tinham sido contados 82,35% dos boletins, anunciou o Conselho Nacional Eleitoral (CNE).
A oposição, aliada do presidente do parlamento, Juan Guaidó, não participou nas eleições e convocou uma consulta popular contra Nicolás Maduro e contra as eleições legislativas que começou na segunda-feira, dia 07 de dezembro, de forma digital, e termina no sábado, dia 12 de dezembro, de maneira presencial, em 7.000 mesas de voto de 3.000 lugares do país.