Os incêndios na Calheta afetaram o abastecimento das estações de tratamento de água e, por isso, a autarquia apela à população para que a poupe, sob pena de poderem ficar sem água potável.
Os incêndios continuavam ativos esta noite na Calheta, mas já não existem habitações em risco, uma vez que o fogo está concentrado numa zona de vegetação, relatou à Lusa o presidente da Câmara Municipal da Calheta, Carlos Teles, que agora está mais preocupado com a eventual falta de água potável no concelho.
"Por favor, as pessoas não gastem água mais do que a suficiente ou urgente, porque a água está a fazer-nos muita falta e, neste momento, a água potável não está a ser abastecida nas estações de tratamento", apelou o autarca, em declarações à Lusa.
Se a situação se mantiver por mais 24 horas "vamos ter problemas com o abastecimento de água potável", vaticinou Carlos Teles, acrescentando que os mais afetados serão as cerca de 1.500 pessoas que vivem nas freguesias de Prazeres e de Estreito da Calheta.
Às 22:00 de hoje, havia uma frente de incêndio na zona alta da freguesia dos Prazeres, "difícil de controlar", que estava a ser combatida por cerca de 150 homens, apoiados por 14 viaturas e um posto móvel da Proteção Civil.
"Temos muitos meios no terreno", disse Carlos Teles, acrescentando que estão também no local elementos do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) e da Cruz Vermelha, assim como cinco máquinas escavadoras que esta noite estão a limpar e a alargar alguns caminhos florestais de terra batida.
O autarca garantiu à Lusa que a limpeza dos caminhos florestais é realizada normalmente, mas "a rede de caminhos florestais é muito grande" e a "vegetação muito densa".
O trabalho de alargamento do caminho florestal que hoje está a ser feito "é uma situação de recurso, que alarga também o perímetro de segurança".
"Esta é uma luta inglória", desabafou o autarca, que tem esperança "que a noite ajude", já que as temperaturas estão a descer e a intensidade dos ventos está a diminuir.
Depois de esta semana ter aberto o Pavilhão Gimnodesportivo da Calheta para acolher desalojados e 52 turistas, o autarca já conseguiu fechar o pavilhão e resolver a situação de todas as pessoas — os turistas foram transferidos para outras unidades hoteleiras.
Quanto aos prejuízos provocados pelos incêndios, Carlos Teles diz que esse é um trabalho que ainda levará alguns dias a estar concluído.
C/Lusa