O dirigente da Associação de Lesados do Banif (ALBOA) Daniel Caires disse hoje, no Funchal, que a instituição pretende endurecer e disseminar as manifestações de protesto por toda a Região Autónoma da Madeira durante a época estival.
"Queremos manifestações não só na sede do Santander, mas também em toda a ilha, junto da Quinta Vigia, e também queremos tornar as manifestações mais fortes, mais acentuadas", disse Daniel Caires à agência Lusa, na sequência de uma reunião dos lesados.
O encontro, que contou com a presença de um advogado da ALBOA, juntou cerca de 80 ex-clientes do Banif e serviu para traçar o ponto da situação e programar novas ações de rua.
Daniel Caires disse que em termos judiciais não há qualquer novidade e, por outro lado, as propostas de solução apresentadas pelo Santander, que adquiriu o Banif em 2015, não agradam aos lesados.
"O Santander apresentou uma proposta em que os lesados, basicamente, tinham de entrar com mais dinheiro para recuperar uma parte daquele que perderam", explicou, sublinhando que o problema é que as pessoas "não têm mais dinheiro e estão com graves problemas", além de que muitas têm 70 e 80 anos e já não têm possibilidade de trabalhar.
A ALBOA foi criada há seis meses na sequência de manifestações espontâneas dos lesados do Banif, levadas a cabo sobretudo nas regiões autónomas da Madeira e Açores, onde o banco detinha uma quota de mercado significativa, antes de ser vendido ao Santander Totta por 150 milhões de euros.
A associação representa 3.500 obrigacionistas subordinados que perderam 263 milhões de euros no processo de venda do banco, bem como 4.000 obrigacionistas Rentipar (‘holding’ através da qual as filhas do fundador do Banif, Horácio Roque, detinham a sua participação), que investiram 65 milhões de euros, e ainda 40 mil acionistas, dos quais cerca de 25 mil são oriundos da Madeira.
C/Lusa