“Vamos continuar a insistir, pese embora o modelo que adotamos na Madeira, que era importantíssimo que a União Europeia através da Comissão, tomasse uma posição que fosse uniforme para todos os estados e obrigasse a que o controlo se fizesse no momento do início da viagem”, declarou o secretário do Turismo e Cultura madeirense.
Eduardo Jesus falava à margem da cerimónia de atribuição de 24 medalhas de Mérito Turístico pelo Governo da Madeira (de ouro, prata e bronze) a várias pessoas e entidades, reconhecendo o contributo para o setor, assinalando hoje o Dia Mundial do Turismo.
O governante madeirense considerou que a determinação desta medida de controlo seria “extraordinariamente importante” para a Madeira e “a retoma e a atividade neste setor seria necessariamente outra, mesmo com o efeito desta dimensão da pandemia que se assiste em toda a Europa”.
“Não há dúvida nenhuma acerca disto”, vincou o responsável, considerando que “tarda essa decisão e enquanto a mesma não acontecer, o efeito da pandemia vai fazer-se sentir, pese embora o esforço enorme que está a ser feito por parte do Governo Regional para que essas consequências sejam as mais pequenas possíveis”.
Eduardo Jesus salientou que a “Madeira tem aqui uma vantagem relativamente ao resto dos destinos, principalmente aos que são tradicionalmente concorrentes”, que permitiu que a região tenha hoje “um posicionamento que é único, porque nenhum outro destino turístico no mundo se encontra como a Madeira” em termos de segurança no exterior.
Mas, complementou, “o setor está refém da procura e a procura está refém da confiança e esta do medo que se instalou com a pandemia”.
“A Madeira fez percurso que é impar e lhe valeu claramente um posicionamento único. A Madeira é o destino que está melhor preparado para garantir a confiança às pessoas. Agora é preciso aqui chegar e é essa parte da confiança que e preciso conquistar”, enfatizou.
O responsável também destacou que outra “forte batalha da Madeira” foi conseguir demonstrar aos países emissores que a região tem uma situação epidemiológica “completamente diferente do espaço continental”, com a ausência de óbitos provocados pela Covid-19.
Ainda com a definição dos critérios do número de infetados por 100 mil habitantes definido pela Comissão Europeia, o arquipélago fica colocado “no corredor verde de qualquer país europeu”.
“Seria importante era que esta definição se tornasse clara”, afirmou, recordando que o “esforço feito junto do Reino Unido”, ao ser feita essa distinção “a reação foi imediata e o maior operador inglês para a Madeira duplicou as frequências” para a região.
Por isso, Eduardo Jesus, defendeu ser necessário “que haja este reconhecimento, que não é uma reivindicação em demasia, é pela simples justiça da realidade que vivida” no arquipélago.
Confrontado com os anúncio de despedimentos nos setores ligados ao turismo e encerramento de unidades hoteleiras, Eduardo Jesus realçou que todas as medidas adotadas pelo governo madeirense têm como prioridade “assegurar os postos de trabalho”.