“Hoje, às nove horas, havia 660 mil portugueses que tinham descarregado a aplicação e é muito importante que cheguemos a números ainda superiores”, frisou José Manuel Mendonça, enumerando ainda entre os desafios para o futuro a garantia de uma interoperabilidade europeia nas aplicações dos diversos países para ajudar “à mobilidade e confiança”.
As dúvidas levantadas ao longo do processo de desenvolvimento da ‘StayAway Covid’ acerca da proteção de dados foram também descartadas pelo presidente do conselho de administração do INESC TEC, que considerou a ‘app’ “muito segura”, sustentando essa posição em 15 mil linhas de código aberto ao público.
“Não há dados pessoais envolvidos, há anonimato completo de quem é avisado de um potencial contacto perigoso – o infetado não sabe quem o infetou. Ninguém sabe quem é o infetado, à exceção das autoridades de saúde”, afirmou, acrescentando: “Isto não é uma ‘app’, é um sistema complexo. Uma rede social, se quisermos”.
Sem deixar de teorizar sobre o aparecimento de uma futura ‘app’ mundial para a Covid-19 ou outras doenças, bem como o aparecimento de sensores específicos em detrimento da utilização do ‘Bluetooth’ como tecnologia de rastreio de contactos, José Manuel Mendonça assinalou que “Portugal foi o nono país a adotar um modelo descentralizado” no tratamento da informação, descrevendo-o como “o mais seguro na proteção dos dados” dos utilizadores.
A ‘StayAway Covid’, lançada na terça-feira no Porto na presença do primeiro-ministro, António Costa, permite rastrear, de forma rápida e anónima e através da proximidade física entre ‘smartphones’, as redes de contágio por Covid-19, informando os utilizadores que estiveram, nos últimos 14 dias, no mesmo espaço de alguém infetado com o novo Coronavírus. A sua instalação é voluntária.