A investigadora da UTAD Paula Martins-Lopes disse à agência Lusa que o biossensor permitirá fazer um “rastreio quase de imediato”, apontando ainda que é “fácil de utilizar e barato”.
“O que significa que não temos que aguardar nem quatro, cinco horas para ter uma resposta e pode ser aplicado em diversas situações. Estaremos a fazer um controlo no imediato”, acrescentou a responsável.
Segundo explicou a academia transmontana, em comunicado, este sistema será mais rápido do que a tecnologia atualmente disponível para deteção de SARS-CoV-2, ou seja, serão necessários aproximadamente 20 minutos desde recolha da amostra à deteção, será mais barato do que os testes PCR (Polymerase Chain Reaction) e não requer pessoal especializado.
Pode ainda ser replicado e implementado em diversas instituições, permitindo monitorizar em tempo real a população numa situação real e em futuros surtos.
Este biossensor para a deteção do novo Coronavírus (SARS-CoV-2) está baseado numa patente internacional do grupo da UTAD, recentemente aprovada, e que corresponde a um método utilizado para a deteção de variedades de castas que estão dentro dos vinhos.
“Estamos a desenvolver há muitos anos este trabalho de autenticidade dos vinhos e, com base no conhecimento que fomos adquirindo, conseguimos transpor para esta situação que é emergente”, explicou a investigadora.
Paula Martins-Lopes disse que, para a conclusão do dispositivo, se aguarda a chegada de componentes, alguns deles encomendados em maio nos Estados Unidos da América (EUA).
O projeto, que está em desenvolvimento nos distritos de Vila Real e do Porto, foi selecionado para o prémio Manuel António da Mota.
A investigação envolve a UTAD, com alguns elementos do seu centro de testagem Covid-19, a REQUIMTE – Rede de Química e Tecnologia, o Instituto Superior de Engenharia do Porto, o Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes Alto Douro e o Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira.