A maior parte dos atletas vai estar no Estádio Universitário, em Lisboa, mas também se competirá em Braga, na Madeira (Ribeira Brava) e nos Açores (Ponta Delgada e Angra do Heroísmo).
A Federação Portuguesa de Atletismo faz por seguir as restrições definidas para a utilização de recintos desportivos e para a realização da prática desportiva, ao mesmo tempo que minimiza deslocações, necessidades de alojamento e refeições fora do local de residência de atletas, treinadores, dirigentes, juízes e pessoal de apoio.
Quem mais vai sentir a diferença de formato serão certamente os atletas das ilhas, com algumas provas em que haverá mesmo um só atleta em ação, no estádio.
Com a única exceção dos 100 metros, todas as corridas se vão disputar por séries, havendo depois o cruzamento de marcas para as classificações finais. Regra idêntica vale para os concursos.
Em última análise, até pode acontecer um pódio composto por atletas que estiveram em ação em três estádios diferentes.
Na prática, os mais cotados vão estar em Lisboa, nomeadamente a representar o Sporting e o Benfica.
Em ano atípico, sem o estímulo de preparar a ida aos Jogos Olímpicos de Tóquio ou os Europeus de Paris – ambos adiados, esta será a ocasião para ver os melhores portugueses da modalidade, mesmo sendo certo que a forma não deverá ser a melhor.
Com a qualificação olímpica suspensa até novembro, o objetivo não passa pelas marcas, mas por medalhas que possam enriquecer o palmarés individual.
O foco, mais uma vez, deverá ser o triplo salto. Pedro Pichardo (Benfica) e Nelson Évora (Sporting), em masculinos, e Susana Costa (Academia Fernanda Ribeiro), Patrícia Mamona e Evelise Veiga (Sporting) estarão todos em Lisboa.
Auriol Dongmo (Sporting), recente recordista nacional do peso, procura o seu primeiro título nacional absoluto. Em masculinos, a luta deverá ser entre Francisco Belo e Tsanko Arnaudov, ambos do Benfica e os dois acima dos 20 metros, este ano.
Na velocidade, Lorene Bazolo (Sporting) é favorita para 100 e 200 metros e Cátia Azevedo (Sporting) para os 400, enquanto que na mesma distância, mas com barreiras, deverá confirmar-se o bom regresso este ano de Vera Barbosa (Sporting).
Marta Pen (Sporting) está inscrita nas distâncias entre os 400 metros e os 1.500 metros, para decidir no dia.
Para o lançamento do disco, o duelo em Lisboa é entre Liliana Cá (N Luz) e Irina Rodrigues, enquanto que nas provas de 3.000 metros marcha deve ser grande a superioridade de Ana Cabecinha (Pechão) e João Vieira (Sporting).
A nível de meio-fundo, o facto de não se correr acima dos 3.000 metros levou ao desinteresse generalizado dos melhores, mas ainda assim pode haver um despique interessante na pista de Braga – entre a bracarense Mariana Machado e a sportinguista Sara Moreira.