A aprovação é dada como certa já que a coligação governamental – entre o Movimento 5 Estrelas e o Partido Democrata – tem a maioria na Câmara dos Deputados.
Além disso, o Governo conseguiu, na terça-feira, reunir o apoio da outra secção do parlamento, o Senado.
Após o discurso do Primeiro-ministro, os deputados votarão uma moção para decidir se apoiam o prolongamento do estado de emergência, estando já convocado um Conselho de Ministros extraordinário para as 20:00 locais (19:00 em Lisboa).
O atual estado de emergência foi aprovado em 31 de janeiro, quando foi confirmado estarem em Roma dois turistas chineses infetados com o coronavírus, e tinha duração de seis meses, o que significa que o prazo termina na próxima sexta-feira.
A crise da Covid-19 em Itália eclodiu um mês depois, em 21 de fevereiro, quando foram detetados os primeiros casos locais, especialmente na região da Lombardia, sendo que, desde essa altura, a Itália já contabilizou 246.500 infetados e 35.100 mortos.
No seu discurso no parlamento, o Primeiro-ministro defendeu a necessidade da prorrogação do prazo, lembrando que “a declaração de um estado de emergência constitui uma forma de ativar os poderes necessários para lidar com eficácia e rapidez com uma crise em curso”.
Giuseppe Conte garantiu que “o vírus continua a circular”, lembrando que, apesar de o seu impacto ser atualmente muito baixo (cerca de 200 infeções por dia, em média), já gerou alguns surtos no país “imediatamente identificados e isolados”.
Conte alegou ainda que o prolongamento do estado de emergência se justifica face à situação dos países vizinhos, como Espanha, França ou os países dos Balcãs, que “impõe uma atitude de alerta constante”.
Os partidos da oposição Liga Norte, de extrema-direita, Irmãos da Itália, nacionalista, e Força Itália, conservador de direita, já se declararam contra o prolongamento do estado de emergência, referindo que isso dá a imagem de um país “doente”.
“O prolongamento, se não estiver sujeito a discussões ideológicas, é uma escolha inevitável, mesmo obrigatória, baseada em avaliações exclusivamente técnicas”, reagiu o Primeiro-ministro, assegurando que continuará a prestar contas ao Parlamento.