Pelo menos cem mil pessoal foram enviadas para as zona afetadas com o objetivo de conter o fluxo das águas, sobretudo na província de Jiangxi (centro) – nomeadamente militares, socorristas e grupos de cidadãos, de acordo com a imprensa oficial.
A maior parte dos efetivos encontram-se destacados nas margens do lago Poyang, o maior do país, onde vários diques cederam à força das águas.
Na cidade de Jiujiang, onde o lago comunica com o rio Yangtzé, os soldados munidos de coletes salva-vidas tentam reforçar os diques com a ajuda de sacos de areia, segundo imagens exibidas pela televisão estatal, CCTV.
As margens do terceiro maior rio do mundo estão a registar este ano valores máximos, disse o vice-ministro das Situações de Emergência, Zheng Guoguang.
"Desde junho que a média da precipitação que se faz sentir na bacia do Yangtzé é a mais forte desde 1961", acrescentou o vice-ministro em conferência de imprensa em Pequim.
Os valores ultrapassaram os 51% em relação à média dos últimos anos.
As autoridades estão particularmente preocupadas com a situação na cidade de Wuhan (centro), onde terá surgido a epidemia global de SARS-coV-2, no final de 2019.
Atualmente, as atenções das autoridades concentram-se na zona do lago Poyang, na província de Jiangxi.
De acordo com a Agência Nova China, o elevado nível das águas ultrapassou os valores registados em 1998, ano marcado por trágicas inundações que fizeram cerca de quatro mil mortos.
Cerca de 400 milhões de pessoas vivem na bacia do Yangtzé, cerca de um terço da população da República Popular da China.
Até ao momento o balanço oficial indica "140 mortos e desaparecidos".
As inundações que afetam o país todos os anos, no verão, são em parte provocadas pela monção dos Himalaias.
Mesmo assim, a situação tem vindo a agravar-se devido à construção de inúmeras barragens que afetam a capacidade de absorção dos solos.
Os ecologistas alertam que o degelo dos glaciares dos Himalaias, devido aos fenómenos ligados ao aquecimento global do planeta, vai agravar a situação provocada pelas cheias nos próximos anos.
C/Lusa