“Temos de ser cuidadosos na abertura das fronteiras externa da UE […], e de o fazer coletivamente, porque dentro da UE há livre circulação de pessoas”, disse Arancha González Laya numa entrevista à rádio espanhola Cadena SER.
A responsável governamental insistiu que a decisão “não é um exercício diplomático” e que a abertura tem de ser feita “gradualmente, seguindo critérios epidemiológicos”.
Numa reunião de embaixadores junto das instituições comunitárias, na sexta-feira em Bruxelas, foi acordado que seria aplicada uma abordagem epidemiológica comum ao abrir estas fronteiras a países com um nível de infeção semelhante ou inferior à média da UE.
Foi também estabelecida um rascunho de lista com 15 países considerados seguros, que inclui Austrália, Argélia, Canadá, Geórgia, Japão, Montenegro, Marrocos, Nova Zelândia, Sérvia, Coreia do Sul, Tailândia, Tunísia, Uruguai, Ruanda e China.
Fora desta lista estariam os Estados Unidos, a Rússia e muitos países da América Latina, havendo também de decidir como tratar, em termos de reciprocidade, os estados que a Europa está disposta a meter nessa lista, mas que eles próprios proíbem a entrada de europeus.
Arancha González Laya assegurou que não tinha conhecimento de que tenha havido qualquer pressão dos Estados Unidos para que a União Europeia abra as suas fronteiras aos cidadãos desse país, ou que qualquer outro país europeu tenha manifestado interesse ou necessidade nessa abertura.
A responsável pela diplomacia espanhola sublinhou que não se trata de ser "simpático ou desagradável" com outros países, mas sim de ser responsável e, portanto, a lista inicial de Estados aos quais as fronteiras da UE serão abertas na quarta-feira 01 de julho é curta, de cerca de 15 países, não incluindo os Estados Unidos.
González Laya referiu também que tanto os Estados Unidos como a China e Marrocos mantêm as suas fronteiras fechadas, pelo que "isto é um exercício duplo", e há que estudar como exercer essa reciprocidade.
A Ministra precisou que a lista seria alvo de uma revisão periódica para ser "gradualmente" alargada a outros países que estivessem a controlar a epidemia de covid-19, mas também para fazer marcha atrás naqueles em que haja um aumento dos contágios.