“Todos renunciam aos cargos na Comissão Política Regional do PAN na Madeira, sendo que, em consequência desta decisão, esta se dissolve, deixando de existir, a partir deste momento, qualquer órgão do partido nesta Região Autónoma”, referem os dirigentes numa nota enviada à comunicação social.
A mesma nota indica que o porta-voz da CPR do PAN na Mdeira, João Freitas, renunciou também ao cargo na Comissão Política Nacional e que os três dirigentes regionais pediram “a sua desfiliação do partido”.
João Freitas, Isabel Braz e Ana Mendonça falam num “excesso de autoridade crescente imposto por um núcleo duro na direção do partido, fechado sobre si próprio, que aos poucos vai assumindo o controlo total do PAN, que toma as decisões de forma unilateral, e não é minimamente tolerante com quem apresenta ideias diferentes ou que põe em causa o atual estado das coisas”.
OS três dirigentes que estão de saída denunciam igualmente que “as votações do partido em sede de Assembleia da República têm sido realizadas quase sempre contra os interesses dos madeirenses e dos porto-santenses” e referem que, “nos últimos tempos”, a CPR tem sido “apenas informada e chamada a pronunciar-se sobre as matérias que têm a ver com as nossas ilhas no limiar dos prazos e depois de as decisões já terem sido tomadas pelo grupo parlamentar do partido da Assembleia da República”.
“O que consubstancia uma falta de respeito para com o PAN Madeira e a população desta Região Autónoma, prejudicando seriamente os nossos legítimos interesses enquanto habitantes de regiões insulares”, salientam.
No comunicado, os três membros da CPR indicam igualmente que o PAN Madeira foi sujeito a um “forte estrangulamento financeiro” depois “das eleições para a Assembleia Legislativa da Região Autónoma da Madeira de 2019”, passando a receber para este ano “apenas um quarto das verbas relativamente a 2019, precisamente numa altura em que o partido, por força da eleição de mais três deputados na Assembleia da República, tem uma maior subvenção”.
De acordo com os demissionários, esta situação “praticamente impossibilita o trabalho a efetuar na Madeira e no Porto Santo em prol da defesa das causas sociais, da natureza e do ambiente, bem como, dos direitos e do bem estar animal – valores e princípios de que os signatários nunca abdicarão”.
“Este não é o PAN em que acreditámos”, vincam, referindo as saídas mais recentes de outros dirigentes do partido.
“Continuamos a identificar-nos com os valores e princípios que nos levaram a filiar no PAN, e informamos a todos e a todas que, dentro das nossas possibilidades continuaremos a lutar por eles incansavelmente”, rematam João Freitas, Isabel Braz e Ana Mendonça.
Na semana passada, o PAN perdeu a representação no Parlamento Europeu, depois de o eurodeputado Francisco Guerreiro se ter desvinculado desta força política, passando a independente.
Depois da saída do deputado europeu, também a sua mulher e deputada municipal em Cascais, Sandra Marques, se desvinculou do partido. Ambos integravam a Comissão Política Nacional do partido e alegaram estar em desacordo com a linha seguida pela direção do PAN.