Questionada pelos jornalistas sobre o prejuízo que as limitações no transporte de passageiros, impostas no âmbito da pandemia de Covid-19, causou na companhia aérea açoriana, Ana Cunha reconheceu que a SATA “sofreu, na medida em que ficou limitada na sua atividade principal, que é o transporte de passageiros”.
Segundo a governante, “esta situação está a ser acompanha e analisada e, naturalmente, é contabilizável”.
“É óbvio que haverá um prejuízo, toda a gente sabe que o haverá. Quando for conhecido, há de ser divulgado”, prosseguiu a responsável pela tutela, que visitava o aeroporto João Paulo II, em Ponta Delgada.
Um dos objetivos da visita, destacou a governante, foi “perceber como é que a SATA se soube reinventar e corresponder às necessidades dos Açores, nomeadamente no transporte de carga e no importante papel que teve no transporte de mercadoria, como o pescado, bens alimentares e também material médico, e, sobretudo, também no transporte que teve de continuar a fazer dos doentes deslocados e de casos de força maior”.
A companhia aérea, que tem como acionista o Governo Regional dos Açores, irá operar em “absoluto respeito pelas regras que estão em vigor para a aviação civil comercial”, sem que haja restrições à lotação dos aviões.
No aeroporto João Paulo II, Ana Cunha ouviu algumas questões levantadas pelos colaboradores da ANA – Aeroportos de Portugal, que gere a infraestrutura, como “a preocupação com a operacionalidade, quando começarem a ocorrer dois voos vindos do exterior, no mesmo dia, e a necessidade de se realizarem testes no aeroporto, situação que já está a ocorrer, mas que poderá causar mais algum constrangimento, em virtude de serem mais pessoas a desembarcar”, adiantou.
Depois de o Governo Regional ter decretado a cessação da operação da SATA para fora da região, mas também nas ligações entre as ilhas do arquipélago, salvo motivos de força maior, apenas a TAP manteve ligações entre Ponta Delgada e Lisboa e Terceira e Lisboa.
A SATA Air Açores, que opera entre as nove ilhas da região, retomou, em 29 de maio, a sua operação, depois de cerca de dois meses a voar apenas entre ilhas por "motivos de emergência ou transporte de carga", assinalou o Presidente da empresa.
Já a Azores Airlines, que opera de e para fora do arquipélago, vai retomar em 15 de junho as ligações aéreas entre Lisboa e Ponta Delgada e Lisboa e a Terceira, bem como entre o Funchal e Ponta Delgada.
Posteriormente, em 22 de junho, recomeçam os voos entre Lisboa e os aeroportos da Horta e do Pico, e, por fim, em 01 de julho, serão retomadas as operações entre o Porto e Ponta Delgada, bem como as ligações internacionais a Boston (EUA), Toronto (Canadá), Praia (Cabo Verde) e Frankfurt (Alemanha).
Nos Açores há apenas um caso ativo de Covid-19, mas, desde o início do surto, foram detetados na região um total de 146 casos de infeção, verificando-se 129 recuperados e 16 óbitos.