"A TAP tem de servir a Madeira nesta fase, criando rotas diretas dos mercados emissores de turismo para a Região", disse o parlamentar socialista, no período antes da ordem do dia da sessão plenária de hoje.
Miguel Iglésias, que defendeu a criação pelo Governo Regional de um "plano estruturado" para a recuperação do turismo face à readaptação já encetada por outros mercados turísticos concorrentes, disse esperar que o Governo da República venha a colocar "as regiões autónomas como um dos ativos mais importantes nesta fase de recuperação económica".
Carlos Rodrigues, deputado do PSD, lembrou, por seu lado, que a reativação do turismo regional dependerá da "procura externa" e que os planos serão sempre "contingenciais" devido às incertezas quanto à liberdade de movimentos, o ressarcimento por parte das companhias aéreas dos direitos dos consumidores que atingem cerca de 10 mil milhões de euros e a evolução da situação epidemiológica da pandemia da Covid-19 nos países emissores de turistas.
Também no período antes da ordem do dia, o líder do Grupo Parlamentar do CDS, Lopes da Fonseca, criticou a "falta de solidariedade ativa" do Governo da República para com a Madeira, na minimização dos efeitos causados na economia regional pela pandemia da Covid-19.
Lopes da Fonseca lembrou a falta de resposta do Governo da República quanto aos pedidos da Madeira em relação à suspensão da Lei das Finanças Regionais, de modo a que a Região possa recorrer ao financiamento externo e à moratória que prolongue o pagamento à República de duas prestações no valor total de 96 milhões de euros do empréstimo contraído em 2012, no âmbito do Plano de Ajustamento Económico e Financeiro.
Acusando a República de "centralismo primário", Lopes da Fonseca alertou que "nuvens cinzentas se aproximam da Madeira".
O plenário discutiu ainda dois votos de protesto, apresentados pelo PSD e pelo CDS, contra a suspensão, decretada pelo Governo de Nicolás Maduro, das ligações aéreas entre a Venezuela e Portugal.
Na segunda-feira, a Madeira não registou casos de Covid-19, mantendo pelo 12.º dia consecutivo um total de 90 infetados, dos quais 59 foram dados como curados, segundo o Instituto de Administração da Saúde (IASAÚDE).
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de Covid-19 já provocou mais de 316.000 mortos e infetou mais de 4,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios.
Mais de 1,7 milhões de doentes foram considerados curados.
Em Portugal, morreram 1.231 pessoas das 29.209 confirmadas como infetadas, e há 6.430 casos recuperados, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
A doença é transmitida por um novo Coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
C/Lusa