"Na sequência do empréstimo realizado na semana passada, será feita uma nova auditoria, que atualizará os dados da que está em curso. Foi já iniciado o processo determinado pela lei 15/2019", disse Mário Centeno numa audição regimental da Comissão de Orçamento e Finanças (COF) da Assembleia da República.
Mário Centeno afirmou que "as auditorias que decorrem da lei 15 não são para o Novo Banco, são para todas as empresas, em particular instituições bancárias, ou também instituições bancárias, que tenham necessidade de envolvimento de fundos públicos como aqueles que neste momento o Novo Banco tem".
"Neste momento, esse pedido já foi dirigido ontem [terça-feira] pelo Ministério das Finanças ao Banco de Portugal para desencadear essa auditoria decorrente da injeção de capital deste ano", disse o Ministro, mais tarde, em resposta ao deputado do PS Fernando Anastácio.
O Ministro afirmou que "tem de ser o Banco de Portugal [BdP] a escolher o auditor", e sublinhou que a auditoria "é paga pela instituição a que se dirige", e que o Governo "já pediu ao supervisor para escolher o auditor", cabendo ao executivo depois mandar "fazer a auditoria com aquele auditor", que será feita "como está estabelecido na lei 15".
Mário Centeno relembrou que "no ano passado, a seguir à atualização da lei, a informação que foi obtida no final fevereiro de 2019 sobre a injeção de capital, o banco solicitou essa auditoria antes do desencadear normalmente da lei 15", algo que foi feito pela "primeira vez", e que por isso "o processo de contratação do caderno de encargos e do tipo de auditoria, porque não é um exercício trivial, terá sido porventura mais demorado".
"Acho que este ano podermos poupar esse tempo, porque felizmente já temos a experiência do ano passado", aditou Mário Centeno, que também se manifestou contra o pagamento de bónus de dois milhões de euros à administração do banco, apelando ao "bom senso" e "empatia".
No início da sua audição, o governante fez duras críticas ao processo de resolução do Novo Banco, em 2015, classificando-a como "a mais desastrosa resolução bancária alguma vez feita na Europa".
"O Novo Banco foi a mais desastrosa resolução bancária alguma vez feita na Europa", disse Mário Centeno na audição regimental, tendo dito anteriormente que "aquando da separação do banco bom e do banco mau, em 2014, a seleção dos ativos foi mal feita" e "incompetente".
Para Mário Centeno, "o banco que era novo e que devia ser bom tinha ainda muito de mau".