“Este vírus chama-nos a atenção para quem somos: convida-nos a acordar para o facto de não sermos o criador e de nem tudo se encontrar à nossa disposição e sob o nosso domínio. Convida-nos a recordar que somos frágeis e mortais”, declarou o prelado na Sé do Funchal, vazia de fiéis devido às medidas restritivas do estado de emergência em vigor.
D. Nuno Brás opinou que “talvez o Coronavírus nos convide a olhar para o irmão que sofre, mesmo, e sobretudo, para aquele que sofre de outra doença e de outro sofrimento que não o causado por esta pandemia”.
Na sua opinião, também nos “convida sempre a olhar para a vida eterna, para lá da morte”.
O bispo do Funchal também considerou que coroa de espinhos que foi colocada pelos soldados romanos na cabeça de Jesus “tem assumido, nos nossos dias, uma concretização muito clara, neste vírus em forma de coroa, que tem espalhado sofrimento e morte pelo mundo inteiro”.
Argumentou que os resultados desta pandemia leva muitos a questionar a existência de Deus que fica “silencioso diante do sofrimento de tantos”, sublinhando que “não nos basta confiar simplesmente no destino ou nas forças adversas e cegas da natureza” e que, “sem Deus, não temos outra solução que não a de nos rendermos ao sofrimento e ao mal”.
O novo Coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 1,6 milhões de pessoas em todo o mundo, das quais morreram quase 96 mil.
Dos casos de infeção, mais de 330 mil são considerados curados.
Portugal regista até hoje 435 mortos associados à Covid-19, mais 26 do que na quinta-feira, e 15.472 infetados (mais 1.516) indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Os últimos dados divulgados quinta-feira pelo Instituto de Administração da Saúde da Madeira (Iasaúde) reportam 50 infetados na Região, aguardando 55 os resultados dos testes efetuados.
C/Lusa