Em entrevista ao programa “Você na Tv”, na TVI, António Costa afirmou que “seria dar um sinal errado ao país retirar o estado de emergência”.
“Ainda não podemos começar a aliviar [as medidas de contenção], pelo contrário”, assinalou, apontando que “este é o momento mais difícil” porque a “fadiga vai-se acumulando”, mas é preciso não perder o foco.
Na ótica de António Costa, a “época da Páscoa é crítica” e os cinco dias em que a circulação entre concelhos está restrita (entre quinta-feira e segunda-feira) “vão ser muitíssimo importantes”.
“Fundamental é sermos muito contidos, muito disciplinados” nas medidas de contenção da pandemia de covid-19, para ser possível antecipar o levantamento dos constrangimentos decretados pelo Governo, apontou.
Costa advogou também que acredita que “seguramente vai surgir” uma nova vaga de covid-19 no inverno.
O chefe de Governo indicou igualmente que ainda não foi testado à doença provocada pelo novo coronavírus por não ter sintomas e não ter estado em contacto com pessoas de risco.
Afirmando que “é verdade” que faltam testes, António Costa justificou que essa carência acontece porque “não existem à escala global” testes suficientes para serem adquiridos pelos países, sendo que o mesmo acontece com as zaragatoas e os reagentes, por exemplo.
“Nada estava produzido à escala global para uma pandemia desta dimensão”, acrescentou, salientando que Portugal entrou na mesma “luta em que todo o mundo está para conseguir comprar” estes materiais.
Por isso, rejeitou “alimentar essa polémica entre aquilo que é essencial ter, o que é necessário ter e o que as pessoas julgam que têm de ter”.
Quanto aos ventiladores, os que estão a ser adquiridos vão “permitir duplicar” a capacidade atual do Serviço Nacional de Saúde, garantiu.
Questionado sobre a forma como cumprimentou o ministro da Educação na quinta-feira, com um aperto de mão, António Costa admitiu que foi “uma falha”, mas considerou que isso demonstra que é humano.
Portugal regista 435 mortos associados à covid-19 e 15.472 infetados, indica o boletim epidemiológico divulgado pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
A pandemia do novo coronavírus já matou 96.340 pessoas em todo o mundo e infetou quase 1,6 milhões em 193 países e territórios desde o início da pandemia, em dezembro passado, na China.