"Neste momento, ainda temos 305 pessoas alojadas nas nove residências académicas, quando temos habitualmente 1.120", afirmou Raul Santos, responsável pelo gabinete de comunicação da U.Porto e porta-voz da ‘task-force’ da instituição.
Destes estudantes, 139 são nacionais, maioritariamente da ilha da Madeira e dos Açores, e 166 estudantes de países de língua oficial portuguesa, contou o responsável, adiantando que "estes estudantes não conseguiram regressar a casa, especialmente por causa dos voos".
"Desde o início escolhemos, mesmo quando encerramos as instalações, que as residências permaneceriam abertas. Uma das preocupações foi sempre dar suporte a estudantes que por uma razão ou outra não se quisessem deslocar", referiu.
Segundo Raul Santos, a residência Alberto Amaral é, neste momento, a que alberga mais estudantes: 64 estudantes num total de 204 quartos, seguindo-se a residência Novais Barbosa, com 50 estudantes.
Apesar de ainda ter um elevado número de estudantes alojados nas nove residências, a U.Porto está a assegurar as medidas de higienização e segurança.
O "distanciamento social", o "encerramento dos espaços comuns durante a noite", "a limitação da capacidade nestes locais durante o dia" e o "reforço do serviço de limpeza" são algumas das medidas.
O responsável acrescentou ainda que as residências académicas poderão, a certa altura, servir "numa fase mais alargada do plano de contingência de locais de apoio ao Serviço Nacional de Saúde".
À Lusa, o responsável revelou também que a U.Porto optou por encerrar a maioria das cantinas, mantendo apenas a da Faculdade de Engenharia (FEUP) e da Faculdade de Letras (FLUP) em funcionamento ao almoço e jantar, em regime de ‘take-away’.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 1.020, mais 235 do que na quinta-feira.
O número de mortos no país subiu para seis e das pessoas infetadas em Portugal, cinco recuperaram.
Portugal encontra-se em estado de emergência desde as 00:00 de quinta-feira, depois de a Assembleia da República ter aprovado na quarta-feira o decreto que lhe foi submetido pelo Presidente da República, com o objetivo de combater a pandemia da covid-19, após a proposta ter recebido pareceres favoráveis do Conselho de Estado e do Governo.
O estado de emergência proposto pelo Presidente prolonga-se até às 23:59 de 02 de abril.
Entre as medidas para conter a pandemia, o Governo já tinha suspendido as atividades letivas presenciais em todas as escolas desde segunda-feira e imposto restrições em estabelecimentos comerciais e transportes, entre outras.
O Governo também tinha anunciado o controlo de fronteiras terrestres com Espanha, passando a existir nove pontos de passagem e exclusivamente destinados para transporte de mercadorias e trabalhadores que tenham de se deslocar por razões profissionais.
C/Lusa