Em 14 de janeiro, o PSD/Madeira requereu uma audição parlamentar ao ministro das Infraestruturas e da Habitação, Pedro Nuno Santos, para esclarecer declarações por si proferidas na Assembleia da República, no âmbito da discussão, na especialidade, do Orçamento do Estado para 2020.
Os preços praticados pela TAP nas ligações para a região são constantemente alvo de críticas no arquipélago, inclusive pelo poder público.
"Asseguramos que a TAP é portuguesa e temos gestão estratégica da empresa. Não temos ninguém na Comissão Executiva. Se a empresa fosse privada, levavam (os madeirenses) com os preços que eles quisessem", refere a nota justificativa da audição parlamentar ao ministro, citando o governante.
"O senhor ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, foi convidado a esclarecer, perante esta assembleia, as declarações que efetuou sobre a TAP. Aceitou o convite, indicou, inclusive, duas datas alternativas, uma das quais 25 de março, que foi acertada", referiu hoje, no plenário da Assembleia Legislativa, Carlos Rodrigues.
Contudo, acrescentou, "de repente, vindo do nada, surge uma recusa: o convidado, depois de aceitar o convite, rejeita-o".
No entender do PSD, está em causa uma "falta de respeito institucional" que "confirma aquilo que pensa dos madeirenses: confirma o desdém, o desprezo, o nojo com que olha para os portugueses desta região autónoma".
Carlos Rodrigues lembrou que o PS/Madeira, inicialmente, defendeu e votou a ida do ministro à Assembleia Legislativa, mas entretanto o líder parlamentar socialista, Miguel Iglésias, em declarações à RTP/Madeira, manifestou a sua concordância com a recusa, justificando que o ministro só responde perante a Assembleia da República.
"O PS/Madeira defende o indefensável, cobre a retaguarda do ministro, atrapalha-se em explicações, ora atabalhoadas, ora arrogantes e sem nexo, enfim, protege os seus chefes e senhores", comentou.
Para os sociais-democratas, o PS/Madeira "não passa de uma filial dobrada, submissa, obediente e serviçal".
Perante as críticas, o deputado socialista Vítor Freitas perguntou "quantos membros do Governo da República estiveram nesta assembleia", lembrando que os ministros respondem à Assembleia da República e que os deputados social-democratas eleitos pela Madeira podiam questionar o ministro no parlamento nacional.
Além de votos de congratulação e de protesto, a assembleia discutiu os projetos de resolução "Privilegiar a atribuição e a manutenção da habitação social às vítimas de violência doméstica" (PS) e "Garantir a fiscalização das condições de trabalho nos Call Centers na Madeira" (PCP), e um projeto de decreto legislativo regional que fixa a época balnear e garante a assistência a banhistas (PCP).
C/Lusa