De acordo com a informação divulgada pela Secretaria Regional da Saúde e Proteção Civil, também vai estar presente neste encontro o responsável do executivo com a tutela, Pedro Ramos.
"Recorde-se que a confirmação deste agendamento surge no âmbito da estratégia do Governo Regional assente no diálogo e na proximidade com os profissionais de saúde", pode ler-se no mesmo documento.
A nota sublinha que "estas premissas são essenciais para levar a cabo as metas definidas no Programa do Governo na área da Saúde".
Em 07 de fevereiro, tomou posse como diretor clínico do Serviço Regional de Saúde da Madeira (Sesaram) o ortopedista Mário Pereira, que durante muitos anos foi deputado do CDS-PP na Assembleia Legislativa da Madeira, sendo um acérrimo critico das medidas da saúde adotadas pelo executivo madeirense.
Esta nomeação gerou uma grande polémica, tendo um grupo de diretores de serviços contestado a decisão, um processo que acabou no pedido de exoneração do cargo apresentado por Mário Pereira, em 27 de fevereiro.
Os médicos mantiveram várias reuniões, tendo 33 deles (que representam 66% daqueles profissionais) optado por anunciar a sua demissão do cargo de diretor de serviços, o que não foi aceite pelo Governo Regional.
Os médicos exigiram também a demissão do diretor clínico do Sesaram, nomeado pelo Governo da Madeira de coligação PSD/CDS.
O porta-voz deste grupo, o cardiologista António Drumond, salientou numa declaração que o diretor clínico é um "cargo técnico e os cargos técnicos são para pessoas técnicas entre os médicos e coordenadores de unidades".
Os médicos contestatários consideraram estar perante uma forma de partidarização da área clínica da saúde, lembrando que a legislação que regula o Sesaram estabelece que o diretor clínico é nomeado pelo secretário regional da Saúde, sob proposta do Conselho de Administração da instituição de entre os médicos que trabalham nesta entidade, reconhecido pelo seu mérito e experiência profissional.
Embora o secretário regional da Saúde, Pedro Ramos, e o diretor clínico empossado tivessem apostado no "diálogo" e na "pacificação do setor", a polémica continuou.
A Ordem dos Médicos emitiu mesmo um comunicado salientando que "um diretor clínico que não seja reconhecido interpares e não consiga estabelecer empatia com as equipas de saúde e, nomeadamente, com os médicos, está condenado ao insucesso a muito curto prazo".
Também considerou que a perda de massa crítica essencial em termos de liderança "coloca o hospital Dr. Nélio Mendonça (Funchal) numa situação muito delicada e sem as condições adequadas para continuar a assegurar a formação dos médicos internos".
Em 02 de março, em declarações à agência Lusa, o presidente do Governo Regional da Madeira disse que "não valia a pena fazer dramas" sobre este assunto, confirmando que o "diretor clínico nomeado entendeu que não tinha condições para exercer o cargo e apresentou a demissão".
"Iremos encontrar uma solução como sempre encontramos, numa plataforma de diálogo, entendimento e cooperação entre todos os agentes da saúde na Madeira", afirmou Lusa Miguel Albuquerque, estando a reunião oficialmente agendada para 09 de março.
C/LUSA