"Talvez este domingo [02 de fevereiro] seja uma boa ocasião para o presidente do Governo Regional e o secretário do Mar e Pescas aparecerem na Ponta do Sol, às 16:00, para ouvir as pessoas", disse o deputado socialista Carlos Coelho, no âmbito de uma intervenção no parlamento regional, no período antes da ordem do dia.
O socialista referia-se à manifestação agendada pela Plataforma AZIA, uma organização civil, contra o projeto de aquacultura já aprovado para a frente mar do concelho da Ponta do Sol, na zona oeste da Madeira.
Carlos Coelho acusou o executivo (PSD/CDS-PP), liderado pelo social-democrata Miguel Albuquerque, bem como os secretários do Mar e das Pescas e da Economia, os centristas Teófilo Cunha e Rui Barreto, de "falta de estratégia e de planeamento".
O deputado sublinhou, por outro lado, que o Plano de Ordenamento para a Aquacultura Marinha da Região Autónoma (POAMAR), aprovado na anterior legislatura (2015-2019), não foi submetido a uma "verdadeira discussão pública", além de que não foram estabelecidas contrapartidas para "mitigar os impactos" visuais e ambientais.
"O processo foi conduzido com palas nos olhos, para satisfazer meia dúzia de interessados", afirmou.
O secretário regional do Mar e Pescas, Teófilo Cunha, indicou recentemente que o executivo de coligação PSD/CDS-PP "mantém a decisão de continuar a apostar" no setor da aquacultura marinha, responsável por uma produção anual de 1.000 toneladas de peixe, no valor de 5 milhões de euros.
Das cinco zonas criadas no âmbito do POAMAR, há duas ainda sem atividade, localizadas entre os municípios da Ponta do Sol e Calheta, sendo que existe já um projeto aprovado para o primeiro concelho.
As câmaras municipais da Ponta do Sol, liderada pelo PS, e da Calheta, governada pelo PSD, têm manifestado reservas quando à instalação de jaulas para a produção de peixe na frente mar dos concelhos.
C/Lusa