"Já se verificou a recuperação total de lugares perdidos com a falência das companhias aéreas", declarou Eduardo Jesus no debate na especialidade do Orçamento e Plano de Investimentos do primeiro Governo da Madeira de coligação PSD/CDS, que decorre até 23 de janeiro na Assembleia Legislativa da região.
O governante social-democrata madeirense referiu que, das 14 companhias que faliram, "nove operavam na Madeira", mas o aeroporto da região "fechou 2019 a crescer 0,8%".
Eduardo Jesus destacou que a Secretaria Regional do Turismo e Cultura tem este ano um orçamento global de 41 milhões de euros, sendo 14 milhões afetos à promoção deste destino, o que representa um reforço de 3,5 milhões de euros em comparação com o ano anterior.
"O orçamento para a Associação de Promoção (da Madeira) foi reforçado a pensar nos efeitos do Brexit", explicou o secretário regional, admitindo que o efeito desta situação e a desvalorização da libra esterlina constituem "uma ameaça" para o setor turístico da Madeira.
O turismo inglês é um dos mercados tradicionais na Madeira, que, juntamente com o alemão, representa 20% das entradas.
No que concerne ao nicho alemão, o secretário regional referiu que "existem dificuldades porque a Germania (transportadora aérea que faliu) cobria a Alemanha de forma diferente e tinha muitos pontos", sendo a alternativa fazer uma cobertura "com muitas operações" para diferentes aeroportos.
Eduardo Jesus assegurou que "muito trabalho tem sido feito com várias entidades", incluindo no que diz respeito à captação de novas rotas.
O governante referiu que as entidades do setor têm trabalhado para "identificar todas as regiões que interessam à região em função do poder de compra, ligações que podem ser estabelecidas e companhias disponíveis para operar, já inserido no sistema de incentivos de novas rotas da Aeroportos de Portugal (ANA)".
Um dos pontos do debate foi a aplicação da taxa turística, tendo Eduardo Jesus admitido que "a medida preocupa porque uma taxa superior a um euro produz efeitos negativos no setor e prejudica a procura".
Outro ponto foi a questão do alojamento local, tendo o governante sustentado que "é um fenómeno" na região, "impossível de controlar e que tem de ser integrado na oferta turística".
Ainda falou na aposta da cultura, defendendo a descentralização dos museus, na recuperação de algum património, como os tetos mudéjares da Sé do Funchal, e na abertura do museu da Música Tradicional.
O governante revelou que a ministra da Cultura já informou que "95% dos documentos que saíram da Madeira para a Torre do Tombo já estão digitalizados", tendo desafiado a fazer a mesma operação relativamente à documentação relacionada com o arquipélago que nunca esteve na região.
C/LUSA