O presidente do PSD-Madeira, Miguel Albuquerque, afirmou na terça-feira que a estrutura regional não vai "promover" a segunda volta das eleições internas nacionais do partido, considerando que isso seria uma "humilhação" para os militantes social-democratas do arquipélago.
Ontem, à margem de uma sessão de campanha com militantes, em Lisboa, Rui Rio foi questionado sobre esta situação, que classificou como "lamentável".
"Há 104 militantes da Madeira que cumpriram direitinho o que tinham a cumprir tal como os militantes dos outros pontos do país. Está-se a negar o direito a esses 104, pela segunda vez, de poderem exercer o direito deles. Acho isto um certo desrespeito para com esses militantes", criticou.
Rui Rio admitiu que qualquer solução para este problema "muito difícil", cuja responsabilidade é do Conselho de Jurisdição, considerando que se trata de uma questão "mais de bom senso das pessoas dos dirigentes da Madeira".
"Os militantes têm de ser todos tratados por igual e os regulamentos têm de ser todos iguais e a própria lei nacional tem de ser cumprida. Não se pode financiar um partido político em notas", defendeu.
Mostrando-se de acordo com a Lei do Financiamento dos Partidos, o presidente recandidato defendeu que "não se pode andar com dinheiro para trás e para a frente em sacos de plástico ou caixas de sapatos".
O Conselho de Jurisdição Nacional do partido decidiu não contabilizar os votos da Madeira na primeira volta das eleições, no sábado, por estarem em desconformidade com o caderno eleitoral – a estrutura regional falava em cerca de 2.500 militantes em condições de votar, a secretaria-geral em apenas 104 -, e o seu presidente, Nunes Liberato, realçou que os dados divulgados não alterariam o desfecho das eleições diretas desse dia.
Face a esta decisão, o PSD/Madeira optou por "não promover" a segunda volta das eleições no arquipélago.
"Seria uma humilhação, novamente, para os nossos militantes, e nós não podemos colaborar com uma situação destas, de falta de respeito pelos nossos militantes", sublinhou o presidente do PSD/Madeira, Miguel Albuquerque.
O líder regional remeteu para mais tarde a decisão de avançar ou não com um pedido de impugnação do ato eleitoral.
C/Lusa