O casal suspeito de ter matado o ex-deputado do CDS-PP/Madeira Carlos Morgado, em novembro do ano passado, foi agora acusado pelo Ministério Público de homicídio, roubo e profanação de cadáver, anunciou hoje a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL).
Numa nota publicada na sua página da internet, a PGDL conta que o homem, de 33 anos, e a mulher, de 24, estão acusados de homicídio qualificado, por especial perversidade, roubo e profanação de cadáver.
"No essencial está indiciado que a vítima, residente na Ribeira Brava, professor reformado e ex-deputado regional, foi atraída pelo casal de arguidos a uma residencial no Funchal, local aonde a manietaram e obtiveram, com recurso a violência física, o código do cartão multibanco, o que permitiu aos arguidos procederem a vários levantamentos da respetiva conta bancária", relara a PGDL.
Segundo a acusação do MP, citada pela PGDL, os arguidos viriam depois a "assassinar" a vítima, por estrangulamento, e "desmembraram o cadáver a fim de retirarem o corpo da residencial e procederem ao seu enterramento num terreno agrícola".
O corpo seria encontrado, em novembro do ano passado, num terreno baldio na freguesia do Imaculado Coração de Maria, junto a residências na periferia do concelho do Funchal, disse nessa ocasião fonte policial à agência Lusa.
Carlos Morgado estava dado oficialmente como desaparecido desde 01 de março de 2015, após o alerta dado pelos familiares do ex-deputado. O seu carro foi encontrado estacionado junto de uma das grandes superfícies comerciais do Funchal.
O casal encontra-se em prisão preventiva desde 28 de novembro do ano passado, dia em que foi presente a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.
O antigo parlamentar centrista, que era professor aposentado, residia na Ribeira Brava, concelho a oeste do Funchal.
Carlos Morgado ocupou o lugar de deputado na Assembleia Legislativa da Madeira em substituição de José Manuel Rodrigues – quando este foi eleito para a Assembleia da República -, passando a independente antes de deixar o parlamento, no final de 2012.