O União da Madeira, equipa que desceu à II Liga, solicitou à Liga Portuguesa de Futebol Profissional a não homologação do campeonato da I Liga, revelou hoje fonte do clube insular.
Tal pretensão prende-se com um esclarecimento que foi pedido à FPF e à LPFP, face a eventuais irregularidades cometidas pelo Vitória de Setúbal na inscrição de jogadores na reabertura do mercado, em janeiro, um caso que, recorde-se, foi desencadeado pela Académica de Coimbra, também despromovida.
Tais irregularidades prendem-se com o não pagamento de uma dívida do Vitória de Setúbal ao Internacional de Almancil, equipa da Associação de Futebol do Algarve, no montante de 28.674 euros, pelos direitos de formação de Mochine Hassan, filho do avançado marroquino Hassan que alinhou, entre outros, pelo Farense e Benfica.
O clube sadino foi condenado ao pagamento desse montante, pela Federação Portuguesa de Futebol, não o fazendo dentro do prazo estipulado.
Assim, segundo o Regulamento do Estatuto, da Categoria, da Inscrição e Transferência de Jogadores, o Vitória de Setúbal estava, a partir desse momento, e num prazo de trinta dias, obrigado a saldar a dívida.
Não o fazendo, como se lê no ponto 5 do artigo 44 do referido regulamento, ficava "automaticamente impedido de registar novos contratos de jogadores seniores masculinos", bem como "renovar os já registados, até integral pagamento das importâncias em dívida".
Ora, em janeiro, a equipa sadina inscreveu quatro jogadores na Liga, Meyong, Makuszewski, Tiago Valente e Salim Cissé.
O clube madeirense, que esta temporada consumou a descida de divisão, despois de ter ascendido à I Liga, 20 anos depois da sua última presença, vai ainda requerer junto ao Ministério Público ser constituído assistente no processo "Jogo Duplo".
O objetivo passa por apurar se existiram jogos viciados na fase derradeira da prova, nomeadamente na I Liga. Aliás, o União da Madeira considera que sofreu golos muito estranhos, nos últimos jogos, que, segundo o clube madeirense, carecem de uma análise mais profunda.