Paulo Cafôfo falava no Funchal após uma audiência com o representante da República para a Madeira, Ireneu Barreto.
"O CDS já disse e é público que tem negociado exclusivamente com o PSD. Nós respeitamos essa opção, mas lamentamos que o CDS esteja aqui a caucionar a continuidade de um regime gasto e que não traz futuro para os madeirenses e porto-santenses", disse, anunciando que irá assumir o seu lugar de deputado na Assembleia Regional.
"Iremos, com a confiança de mais de 50 mil votos, trabalhar para ser possível um novo ciclo na região. Vamos trabalhar com rigor, honestidade, seriedade, mas muita determinação, porque achamos que uma mudança é necessária", acrescentou.
Paulo Cafôfo conseguiu para o PS o melhor resultado alguma vez alcançado pelo partido nas regionais da Madeira, com 51.207 votos e 19 deputados.
No dia 22 de setembro, sublinhou, “há uma nova realidade politica na região” – uma “realidade positiva” para a democracia, já que o partido no poder, o PSD, perdeu a maioria absoluta depois de 43 anos.
“Aquilo que transmiti ao senhor representante da República foi que o PS, neste quadro político, lançou o desafio para que outros partidos pudessem connosco encontrar uma solução governativa, solução essa que garantisse uma mudança de políticas e uma estabilidade governativa. E fizemo-lo tendo em conta aquilo que foram os resultados eleitorais e para fazer jus à vontade da população, porque 61% não votou no PSD", observou.
A delegação do PS para audiência era constituída por Paulo Cafôfo, pelo presidente dos socialistas madeirenses, Emanuel Câmara, e pelas dirigentes Elisa Seixas e Marina Barbosa.
O representante da República recebe hoje no Palácio de São Lourenço, no Funchal, os representantes das cinco forças partidárias com assento parlamentar nomeadamente – CDU, JPP, CDS-PP, PS e PSD – em resultado das eleições regionais de domingo.
O PSD venceu, mas perdeu a maioria absoluta com que sempre governou a região autónoma, elegendo 21 deputados, num total de 47.
Os sociais-democratas iniciaram, entretanto, negociações com o CDS-PP, que elegeu três deputados, para a formação de governo, sendo que os centristas já manifestaram a vontade de tutelar duas secretarias regionais.
As negociações entre os dois partidos tiveram início na quarta-feira.
O edital da Assembleia de Apuramento Geral das eleições legislativas na Madeira, afixado na segunda-feira no Palácio de São Lourenço, mantém a distribuição dos 47 mandatos por cinco forças – PSD, PS, CDS-PP, JPP e CDU -, com os sociais-democratas a obterem a maioria dos deputados.
O PS alcançou 51.207 votos e elegeu 19 deputados, enquanto o CDS-PP obteve 8.246 votos e elegeu três parlamentares. O mesmo número de deputados alcançou o partido Juntos pelo Povo, que reuniu 7.830 votos. A CDU obteve 2.577 votos e um deputado.
Estavam inscritos 258.005 eleitores e o número de votantes foi 143.200 (55,50%). A abstenção cifrou-se em 44,40% (114.805 eleitores).
A tomada de posse do XIII Governo, e o primeiro de coligação na Madeira, dependerá da conclusão das negociações em curso.
C/ LUSA