"Nesses números não vamos entrar. Não estamos aqui para divulgar esses números. Para nós, o que é essencial é que os trabalhadores estão a aderir à greve, mas não vamos entrar nessa guerra dos números", afirmou Mário Matos, dirigente do Sindicato das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente (SITE), que convocou a paralisação.
A greve decorre em dois períodos: hoje e quarta-feira e a 04 e 05 de setembro.
Esta manhã, cerca de 40 trabalhadores da ARM concentraram-se em protesto junto à Estação de Transferência e Triagem da Zona Leste, em Santa Cruz, uma das quatro instalações que tratam o lixo na Região Autónoma da Madeira.
De acordo com o sindicato, pelo menos duas instalações estavam parcialmente paradas, embora a greve afetasse a receção de resíduos, informação confirmada à agência Lusa pela presidente a ARM, Nélia de Sousa.
"Há componentes e partes das instalações que estão paradas, mas todas estão a receber o lixo dos municípios e dos particulares", afirmou, indicando que a adesão à greve é de 11%, num total de 803 trabalhadores.
O sindicato refere, por outro lado, que o setor das águas – potável e de rega – encontra-se a funcionar com os serviços mínimos, pelo que não haverá qualquer impacto na população, mas a administração da empresa garante que o funcionamento decorre praticamente em pleno, pois apenas 84 funcionários fizeram greve no turno da manhã.
"Esta greve tem a ver sobretudo com algumas discriminações existentes, nomeadamente no subsídio de alimentação, em que há trabalhadores que recebem 4,70 euros e outros 7,26 euros", explicou o sindicalista Mário Matos, sublinhando que a diferença é "incompreensível".
O dirigente destaca também o "enquadramento incorreto" dos trabalhadores na tabela salarial face à sua antiguidade, um aspeto que a empresa rebate, alegando que não tem suporte legal para proceder a alterações e remete a solução para o Governo Regional.
"Os trabalhadores não vão baixar a guarda", garante Mário Matos. E reforça: "Os trabalhadores estão disponíveis a continuar a luta. Já há outro período de greve marcado para a próxima semana e eles irão continuar, até que a empresa venha às suas reivindicações".
A ARM – Águas e Resíduos da Madeira é uma empresa pública e conta com 756 trabalhadores, mas a equipa é reforçada temporariamente no período de verão, devido ao aumento da produção de resíduos e à necessidade de disponibilizar mais tempo de água de rega aos agricultores.
A empresa é responsável pela gestão das águas e dos resíduos em alta em toda a Região Autónoma da Madeira e em baixa em cinco concelhos – Câmara de Lobos, Machico, Porto Santo, Ribeira Brava e Santana – num total de onze que compõem o arquipélago.
C/Lusa