O presidente e deputado do CDS, Rui Barreto, disse hoje que o desempenho do XII Governo Regional do PSD nos últimos quatro anos "sabe a pouco".
Rui Barreto fez esta caracterização durante o último debate do estado da região na Assembleia Legislativa da Madeira.
"Ao fim de quatro anos, esta governação sabe a pouco, fez uma entrada de leão e prepara uma saída de sendeiro", referiu o centrista ao enumerar algumas medidas prometidas mas, no seu entender, não realizadas, dando como exemplos as listas de espera na Saúde [15.000 em 2015 contra 21.000 em 2019], a falta de lares para idosos, as altas hospitalares problemáticas e a habitação para jovens.
Rui Barreto salientou não ter ouvido da parte do presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, "nenhum agradecimento às famílias e às empresas que contribuíram com os impostos e trabalho" para a redução, em 1,5 mil milhões de euros, da dívida regional.
O presidente do grupo parlamentar do PS, Vítor Freitas, criticou o desempenho do Governo Regional nas áreas da saúde e nos transportes de mercadorias entre a Madeira e o continente.
O deputado enumerou as 21.000 pessoas em lista de espera para cirurgias; as 40.000 para consultas hospitalares e as 50.000 para exames complementares de diagnóstico; o não cumprimento do tempo máximo de espera garantido e a inexistência do cheque de cirurgia.
O líder do grupo parlamentar do JPP, Élvio Sousa, acusou Miguel Albuquerque de fazer "o discurso paradisíaco" porque "a sua governança tem mais cartazes na rua do que promessas cumpridas".
Para o deputado do PCP, o executivo de Miguel Albuquerque "é um governo ilusionista, cria a ideia de que tudo está bem, mas a realidade para os madeirenses e porto-santenses não é bem essa, é oposta", indicando como exemplo os 31% de população em risco de pobreza.
Por seu lado, o líder parlamentar do PSD, Jaime Filipe Ramos, salientou a recuperação e estabilização das contas públicas regionais; a redução dos impostos; a recuperação económica; a diminuição do desemprego e a aposta na área social.
"Cumprimos e estamos disponíveis para fazer muito mais", concluiu o deputado social-democrata.
Roberto Almada, do BE, também aludiu as 80.000 pessoas em risco de pobreza, concluindo que o Governo Regional "faz um ‘cagaçal’ com a descida da dívida pública da região, mas há uma outra dívida que é a dívida social".
Raquel Coelho, do PTP, criticou o investimento de 317 milhões de euros em obras públicas em detrimento da política social, lamentando não haver na região um plano para contrariar o envelhecimento progressivo da população.
Para o deputado não inscrito (ex-PND)Gil Canha, "quem ouve o Governo, a Madeira parece uma terra bíblica onde corre o mel".
C/Lusa