“Nunca seremos coniventes com o silêncio daqueles que, por interesses eleitoralistas, desistem de defender a Madeira para se vergarem aos interesses dos seus partidos a nível nacional”, disse Miguel Albuquerque na abertura do debate mensal, na Assembleia Legislativa da Madeira, subordinado ao tema das “Acessibilidades”.
O governante insular sublinhou que, “quer na mobilidade terrestre, quer na mobilidade marítima e aérea, foram dados passos significativos” pelo executivo da Madeira para resolver os problemas.
O responsável social-democrata apontou que o seu governo “não se limitou a criticar as falhas de outros, nomeadamente da República, mas agiu, encontrou soluções e superou obstáculos”.
“Demos o exemplo de como a criatividade, a boa vontade e a persistência encontram sempre soluções para uma verdadeira resposta aos cidadãos”, argumentou.
Albuquerque nomeou várias das medidas adotadas, nomeadamente no caso do subsídio de mobilidade aérea para os estudantes que estudam fora da região, fazendo um acordo com as agências de viagens, o que permitiu que estes paguem apenas o valor da deslocação (65 euros), sendo o restante suportado pelo Governo Regional.
“Esta indiferença e este esquecer da Madeira está tão enraizado na visão centralista de Portugal, que foi este executivo [regional] quem teve de desenhar e colocar em prática uma solução que viesse aliviar as famílias madeirenses com estudantes fora da região”, sublinhou.
O chefe do Governo Regional mencionou que “tem desenvolvido esforços em todas as frentes” para resolver o problema das ligações aéreas, referindo que o problema se arrasta há três anos e “não há maneira de ter um Governo PS que coloque os interesses da população acima dos seus objetivos eleitoralistas”.
Miguel Albuquerque indicou que o Governo Regional vai “continuar a trabalhar, mesmo que Lisboa esteja a remar ao contrário”.
“Mais um aspeto em que a autonomia teve de pagar os seus próprios custos de insularidade, um verdadeiro contrassenso que deveria envergonhar os partidos de esquerda que governam Portugal”, vincou.
O governante realçou que a “mobilidade dos madeirenses também tem de acontecer por via marítima”, com uma ligação durante “todo o ano e a um preço justo” porque “ter continuidade territorial não pode ser um princípio que a Constituição apresenta para o conforto moral e intelectual de Lisboa”.
O Governo da Madeira negociou a realização de 12 viagens marítimas com o continente, num investimento de três milhões de euros, “substituindo-se ao Estado”, mencionou.
Ainda destacou que foi criado o subsídio de mobilidade para os residentes do Porto Santo, que custou à região, até maio deste ano, 2,6 ME.
O presidente falou ainda das diversas infraestruturas viárias que estiveram paradas devido aos constrangimentos financeiros e que o executivo decidiu concluir, dos passes sociais que custam 30 a 40 euros e da redução das taxas portuárias que estão dependentes de uma decisão de um processo judicial.
Miguel Albuquerque censurou a “atitude separatista [do Governo} relativamente à Madeira, insistindo que se “demitiu de cumprir o princípio constitucional da continuidade territorial”.
“Não é só uma questão de má fé, mas de falta de inteligência política e daquilo que deve ser o futuro do país”, concluiu.
Neste debate mensal, Miguel Albuquerque esteve acompanhado pelo seu vice-presidente, Pedro Calado, e o secretário dos Equipamentos e Infraestruturas, Amílcar Gonçalves.
LUSA