O secretário da Agricultura e Pescas da Madeira considerou hoje que o setor do bordado "vive novos tempos" e "um momento de crescimento" na região, defendendo a adaptação do estatuto do artesãoa este arquipélago.
O governante falava na Assembleia Legislativa da Madeira durante a discussão da proposta do executivo regional para adaptar ao arquipélago o estatuto do artesão e da unidade produtiva artesanal, atribuindo competências no processo de reconhecimento ao Instituto do Vinho, Bordado e Artesanato da Madeira (IVBAM) e criando um registo regional de artesãos.
"O bordado está a viver um momento de crescimento", disse Humberto Vasconcelos, defendendo ser necessário a sua "adaptação a novas tendências e ideias dos empresários", por forma a promover a criação de emprego na região.
O responsável mencionou, também, que "existem alguns empresários que, a nível individual, querem entrar no setor [artesanato], nomeadamente, no do vime", o que pode contribuir para "revitalizar a freguesia da Camacha [concelho de Santa Cruz]", o principal polo de produção desta manufatura.
O executivo madeirense pretende, com esta iniciativa, "alterar procedimentos e promover uma maior proximidade entre os artesãos e o IVBAM, "tornando a candidatura e a obtenção das cartas de artesão e das cartas de unidade produtiva artesanal mais simples e os processos de decisão mais céleres e próximos dos interessados, tendo por objetivo primordial valorizar o artesanato de acordo com as especificidades regionais".
Humberto Vasconcelos referiu que estão "63 artesãos da Madeira já licenciados em várias áreas" e houve "mais de uma centena de formandos" no setor nos últimos tempos.
Ricardo Lume (PCP) sustentou que o PSD, que tem governado a Madeira nos últimos 40 anos, "destruiu setores fundamentais do artesanato", como o bordado e o vime.
Já Roberto Almada (BE) salientou que a proposta do Governo da Madeira vem fazer a adaptação de um diploma de 2001/2002, defendendo que esta intervenção, "14 anos depois, é necessária, mas demasiado tarde, para remediar a situação, quando o artesanato está ligado às máquinas".
Por seu turno, Élvio Sousa (JPP) considerou que, com este atraso na adaptação, "perdeu-se artesanato da Madeira, que foi para outro lado, e outras práticas artesanais acabaram irremediavelmente perdidas".
O deputado Rómulo Coelho (PSD) salientou que esta iniciativa vai também fomentar uma "separação clara entre artesanato regional e trabalhos manuais" na região.