"A vontade de sermos livres tem centenas de anos. Porém, foi Abril que permitiu a consagração da autonomia", disse o deputado do PSD Carlos Rodrigues, reconhecendo, no entanto, "que não foi isso que aconteceu" devido ao centralismo da República.
O parlamentar criticou as "investidas" e o não cumprimento de promessas por parte do Governo central, reivindicando uma revisão da Constituição, ficando apenas a defesa, a justiça e os direitos, liberdades e garantias nas mãos do Estado central.
"Não queremos ser mais do que ninguém mas não aceitamos ser menos do que os outros", concluiu o deputado do PSD.
"O que hoje festejamos é a democracia, a autonomia e a liberdade. O que hoje, como ontem, rejeitamos, é a revolução que pretendia transformar Portugal num país marxista-leninista", disse o deputado do CDS/PP José Manuel Rodrigues.
Para o centrista, "a Madeira precisa de um novo rumo, que volte a mobilizar e galvanizar os cidadãos em torno da autonomia e que dê esperança às atuais e novas gerações". O parlamentar centrista declarou, contudo, que "esse novo rumo não pode ser uma ‘Geringonça’ importada e muito menos imposto pelos senhorios do Terreiro do Paço aos madeirenses, assim como não pode ser protagonizado por populistas socialistas, sem projeto e sem equipa de Governo".
A deputada do JPP Lina Pereira lembrou que a Madeira tem "direito a uma tratamento equitativo" no seio de Portugal.
"As conquistas de Abril foram alcançadas para o todo o país ou pelo menos deveriam ter sido. O conjunto de direitos e liberdades fundamentais, bem como os deveres, não deverão conhecer limites geográficos/territoriais entre os portugueses, sejam residentes na Região Autónoma dos Açores, em Portugal continental ou, aqui, na Região Autónoma da Madeira", defendeu.
O líder do Grupo Parlamentar do PS, Victor Freitas, defendeu, por seu lado, que a "Madeira precisa de um governo com coração que faça da Saúde uma prioridade".
Lembrou que "a democracia é sinónimo de alternância democrática", numa alusão aos 43 anos de governação PSD. "Só assim se comemora o 25 de Abril", sublinhou.
Roberto Almada, do BE, disse ser "preciso acabar com o regabofe governativo dos últimos 40 anos, dando força a quem faça diferença e não se contente com uma mera alternância de políticas para que tudo fique na mesma".
Ricardo Lume, do PCP, defendeu que "a Madeira precisa de uma política de libertação baseada nos valores de Abril", lembrando que as três eleições que decorrerão este ano em Portugal, europeias, regionais na Madeira e legislativas.
Raquel Coelho, do PTP, considerou que, do 25 de Abril, "só ficou o direito ao voto", criticando o artigo 180º do Código Penal que, no seu entender e com base na figura da difamação, "visa apenas fazer vergar os que ousam denunciar e pensar diferente" enquanto o deputado não inscrito Gil Canha observou que a democracia está ainda por cumprir na região.
"O povo se acomodou e na sua caminhada ainda pensa que o 25 de Abril já chegou à Madeira", disse.
O presidente do Governo Regional, Miguel Albuquerque, e os seus pares no executivo estiveram presentes nas comemorações.
O Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) promoveu uma concentração de docentes junto à ALM como forma de "chamar a atenção para as medidas penalizadoras que têm sido tomadas pela tutela" nomeadamente a situação de "grande precariedade dos docentes contratados e desempregados com largos anos de serviço na região" e "as perdas de tempo de serviço dos períodos transitórios entre carreiras" que, segundo o SPM, "puseram em causa a estrutura legal da carreira docente".
LUSA