“A Comissão tomou nota dos votos indicativos na Câmara dos Comuns. A votação faz parte de um processo político em curso no Reino Unido, que respeitamos. Contámos oito nãos na noite passada e agora precisamos de um sim sobre o caminho a seguir”, declarou o porta-voz do executivo comunitário, Margaritis Schinas.
Nenhuma das oito opções de saída do Reino Unido da União Europeia (UE) propostas a votação no Parlamento britânico na quarta-feira obteve maioria, mas serão novamente debatidas e votadas na próxima segunda-feira.
O líder da Câmara dos Comuns, John Bercow, recordou, após o anúncio dos resultados das “votações indicativas” das oito propostas, que os deputados concordaram com “um processo em duas fases”, com tempo adicional para debater e votar de novo as opções apresentadas para tentar alcançar um consenso sobre uma alternativa ao Acordo de Saída do Governo da primeira-ministra conservadora, Theresa May, que já chumbaram duas vezes (em janeiro e março).
Das oito propostas submetidas a votação na quarta-feira, aquela que obteve maior apoio foi a quarta, que previa a permanência do Reino Unido numa união aduaneira com UE após o ‘Brexit’, rejeitada por apenas oito votos (264-272).
Margaritis Schinas, que falava na habitual conferência de imprensa diária da Comissão Europeia em Bruxelas, recordou que o Conselho Europeu determinou que se o Acordo de Saída não fosse ratificado até ao final desta semana, o Artigo 50.º do Tratado de Lisboa, que define um período de dois anos para negociar a saída de um Estado-membro, seria prolongado até 12 de abril.
“Cabe agora ao Governo britânico informar-nos sobre quais são os próximos passos”, frisou.
O principal porta-voz do executivo comunitário escusou-se a fazer projeções sobre quem será o interlocutor de Bruxelas na próxima fase de negociações com Londres, depois de na quarta-feira a primeira-ministra britânica ter dado conta da sua intenção de sair de funções antes da próxima fase de negociações com UE, após o Acordo de Saída para o ‘Brexit’ ser aprovado.
“O presidente [Jean-Claude] Juncker manifestou repetidamente em público o apoio e o respeito que tem pela primeira-ministra, com quem ele trabalhou durante este longo processo”, limitou-se a dizer.
C/ LUSA