“Uma vez que a crise social e económica na Venezuela continua a piorar, a Comissão Europeia vai alocar mais 50 milhões de euros em apoio de emergência para ajudar os venezuelanos mais necessitados”, informa a Comissão Europeia em comunicado.
Ao todo, segundo Bruxelas, esta ajuda ascende a 117,6 milhões desde 2018.
“A UE permanece na vanguarda da mobilização internacional para apoiar o povo venezuelano. Estamos a trabalhar no fortalecimento da cooperação internacional para garantir que a ajuda humanitária, incluindo este novo compromisso, chega às pessoas necessitadas dentro e fora da Venezuela”, vinca a Alta Representante da UE para a Política Externa, Federica Mogherini, citada pela nota.
A chefe da diplomacia europeia salienta que esta ajuda será feita “de maneira imparcial e por meio de canais independentes, sem qualquer tentativa de politizar” a ação.
Já o comissário europeu para a área da Ajuda Humanitária, Christos Stylianides, vinca que “a UE está ao lado do povo da Venezuela neste momento crítico”, precisando que o apoio hoje anunciado se destina a abrigo de emergência, cuidados de saúde, assistência alimentar, serviços de nutrição, acesso a água potável e saneamento, bem como à educação das crianças.
O anúncio vem no seguimento do acordado no Grupo de Contacto Internacional para a Venezuela.
A segunda reunião deste grupo decorre na quinta-feira em Quito, no Equador, e integra 16 delegações de países latino-americanos e europeus, algumas com representação de alto nível.
O encontro na capital equatoriana, que será antecedido por uma reunião técnica preparatória na quarta-feira, será copresidido pelo ministro dos Negócios Estrangeiros do Equador, José Valencia, e por Federica Mogherini.
Entre os países da UE que já confirmaram presença na reunião figuram Portugal, Alemanha, Espanha, França, Itália, Holanda, Reino Unido e Suécia.
A UE trabalha desde outubro passado na criação deste grupo de contacto e o seu lançamento foi acelerado em virtude do agravamento da crise política na Venezuela.
O grupo de contacto tem como meta definir um plano, em 90 dias, para um futuro processo político pacífico na Venezuela.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o opositor e presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, se autoproclamou presidente interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Cerca de 50 países, incluindo a maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como presidente interino da Venezuela encarregado de organizar eleições livres e transparentes naquele país.
Na Venezuela, a confrontação entre as duas fações tem tido repercussões políticas, económicas e humanitárias.
No território venezuelano residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.
Os mais recentes dados das Nações Unidas estimam que o número atual de refugiados e migrantes da Venezuela em todo o mundo situa-se nos 3,4 milhões.
Só no ano passado, em média, cerca de 5.000 pessoas terão deixado diariamente a Venezuela para procurar proteção ou melhores condições de vida.
LUSA