“Penso que vamos ter uma resolução esta semana que, sem qualquer dúvida, vai pedir a admissão de ajuda humanitária na Venezuela e que analisará os acontecimentos dos últimos dias”, disse Elliott Abrams, enviado especial norte-americano para a Venezuela.
Questionado sobre um possível veto da Rússia, o diplomata norte-americano considerou que seria “constrangedor” que fosse vetada uma solução a solicitar mais ajuda humanitária.
Elliott Abrams acrescentou que Washington gostava que o texto pedisse “eleições livres” na Venezuela.
O enviado especial falou aos jornalistas à entrada para uma reunião de urgência sobre a Venezuela no Conselho de Segurança das Nações Unidas, solicitada pelos norte-americanos, após os confrontos que ocorreram no sábado.
“Já foram anunciadas algumas sanções e outras vão ser anunciadas na próxima semana e na semana seguinte. Vamos continuar a impor sanções aos mais altos cargos do regime e a pessoas que se ocupam das suas finanças”, afirmou.
Abordado sobre uma possível intervenção militar, o diplomata sublinhou que a política dos EUA é usar toda a “pressão diplomática, económica e política" possível para apoiar "o desejo da democracia venezuelana".
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando o presidente da Assembleia Nacional (parlamento), Juan Guaidó, se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, no poder desde 2013, denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A repressão dos protestos antigovernamentais desde 23 de janeiro provocou mais de 40 mortos e cerca de mil detenções, incluindo menores, de acordo com várias organizações não-governamentais e o parlamento venezuelano.
A maioria dos países da União Europeia, entre os quais Portugal, reconheceram Guaidó como Presidente interino encarregado de organizar eleições livres e transparentes.
C/ LUSA