“Os acontecimentos de hoje [sábado] obrigam-me a tomar uma decisão: propor formalmente à comunidade internacional que devemos manter abertas todas as opções para conseguir a libertação desta Pátria que luta e que continuará a lutar. A esperança nasceu para não morrer, Venezuela!”, escreveu Guaidó na sua conta oficial na rede social Twitter.
Los acontecimientos de hoy me obligan a tomar una decisión: plantear a la Comunidad Internacional de manera formal que debemos tener abiertas todas las opciones para lograr la liberación de esta Patria que lucha y seguirá luchando.
¡La esperanza nació para no morir, Venezuela!
— Juan Guaidó (@jguaido) 24 de fevereiro de 2019
No sábado, as forças leais ao Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, impediram a entrada no país de ajuda humanitária, parte da qual enviada pelos Estados Unidos, pelas fronteiras terrestres com a Colômbia e o Brasil.
O dia ficou marcado por atos violentos na chegada de ajuda humanitária, com camiões incendiados na fronteira com a Colômbia e outros a regressar ao Brasil, registando-se pelo menos quatro mortos em confrontos e 285 feridos, e deserções entre as forças venezuelanas.
Juan Guaidó deslocou-se à cidade colombiana fronteiriça de Cúcuta, onde tentou liderar a entrada da ajuda humanitária, e anunciou que participará na segunda-feira, em Bogotá, numa cimeira do Grupo de Lima "para discutir possíveis ações diplomáticas" contra o regime de Nicolás Maduro.
"Na segunda-feira, irei participarei na cimeira do Grupo de Lima, para me reunir com todos os chefes da diplomacia da região e também com o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, para discutir possíveis ações diplomáticas", disse Guaidó, antes de anunciar que iria pedir à comunidade internacional para encarar todas as opções para derrubar Maduro.
Na segunda-feira, o Grupo de Lima (13 países latino-americanos e o Canadá) reúne-se na capital colombiana para discutir a evolução da crise na Venezuela.
Guaidó anunciou a sua participação na reunião em Cúcuta, ao lado do Presidente da Colômbia, Iván Duque, e do secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro.
Na sequência do impedimento da entrada da ajuda humanitária, o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou que Washington "vai tomar medidas" para apoiar a democracia na Venezuela.
"Os Estados Unidos tomarão medidas contra aqueles que se opõem à restauração pacífica da democracia na Venezuela. Agora, é hora de agir para apoiar as necessidades do desesperado povo venezuelano", declarou Pompeo, através da rede social Twitter.
Também o antigo presidente norte-americano Bill Clinton escolheu a sua conta no Twitter para condenar a violência na Venezuela e manifestar apoio a Juan Guaidó, à Assembleia Nacional e ao povo da Venezuela, para que possa exercer o "direito de viver em paz, escolher os seus líderes e decidir seu futuro, em harmonia com seus vizinhos".
Juan Guaidó, presidente do parlamento venezuelano, lidera a oposição ao regime de Nicolás Maduro, e autoproclamou-se Presidente interino há um mês, com o reconhecimento de cerca de 50 países, incluindo Portugal, comprometendo-se a convocar eleições.