O Boeing 777 terá aterrado na madrugada de terça-feira sem passageiros, apenas com duas tripulações, e foi a primeira vez que esta aeronave fez a rota, adianta venezuelano El Confidencial Digital.
Nem a Nordwind nem o governo venezuelano responderam aos pedidos de explicação sobre a razão deste voo para Caracas.
A viagem misteriosa está a gerar rumores de um eventual vinda de mercenários ou de uma missão do Kremlin para levar Nicolas Maduro para o exílio.
A Reuters já tinha noticiado, na semana passada, que militares privados que realizam missões secretas para a Rússia tinham voado para a Venezuela para reforçar a segurança de Maduro, face ao aumento dos protestos da oposição na semana passada.
Nas redes sociais também especula-se sobre uma eventual saída de Nicolás Maduro do país ou a saída de várias toneladas de ouro mas nenhum destes rumores têm uma justificação credível e ou factual.
Hoje o presidente venezuelano manifestou-se disponível organizar eleições legislativas antecipadas e negociar com a oposição, ao mesmo tempo que rejeitou, em entrevista à agência estatal russa RIA Novosti, a realização de uma nova eleição presidencial.
"Seria muito bom realizar eleições parlamentares mais cedo, seria uma boa forma de discussão política, uma boa solução pelo voto popular", disse Nicolás Maduro, no dia em que estão previstos protestos convocados por Juan Gaidó.
Maduro, contudo, rejeita a hipótese de uma nova eleição presidencial. "As eleições presidenciais ocorreram há menos de um ano, há dez meses", sublinhou.
"Não aceitamos os ultimatos de ninguém no mundo, não aceitamos chantagens. As eleições presidenciais tiveram lugar na Venezuela e, se os imperialistas querem novas eleições, devem esperar por 2025", avisou.
A crise política na Venezuela agravou-se em 23 de janeiro, quando Juan Guaidó se autoproclamou Presidente da República interino e declarou que assumia os poderes executivos de Nicolás Maduro.
Guaidó, 35 anos, contou de imediato com o apoio dos Estados Unidos e prometeu formar um governo de transição e organizar eleições livres.
Nicolás Maduro, 56 anos, chefe de Estado desde 2013, recusou o desafio de Guaidó e denunciou a iniciativa do presidente do parlamento como uma tentativa de golpe de Estado liderada pelos Estados Unidos.
A União Europeia fez um ultimato a Maduro para convocar eleições nos próximos dias, prazo que Espanha, Portugal, França, Alemanha e Reino Unido indicaram ser de oito dias, findo o qual os 28 reconhecem a autoridade de Juan Guaidó e da Assembleia Nacional para liderar o processo eleitoral.
Esta crise política soma-se a uma grave crise económica e social que levou 2,3 milhões de pessoas a fugirem do país desde 2015, segundo dados das Nações Unidas.
Na Venezuela, antiga colónia espanhola, residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes.