Jaime Filipe Ramos fez esta acusação na Assembleia Legislativa da Madeira, numa alusão à visita sábado de António Costa à Madeira, onde, na Ponta do Sol, participou na convenção do PS regional, subordinada ao tema "Madeira é Europa".
"Nós, todos os madeirenses sem exceção, somos vítimas desta obsessão doentia do PS e do primeiro-ministro e isso caracteriza aquilo que temos vindo a dizer ao longo de quatro anos", declarou, numa alusão à participação de António Costa naquela convenção.
Nesse encontro, o secretário-geral do PS disse ter uma obsessão pela Madeira como tem por todo o país, enquanto primeiro-ministro, facto que levou o deputado do PSD a consultar o Dicionário de Língua Portuguesa para aferir do significado da palavra "obsessão".
"Ato ou efeito de perturbar alguém"; "preocupação constante e absorvente"; "estado doentio cuja consciência está ocupada com a ideia fixa que não consegue ultrapassar" e "personalidade perturbada e de perseguição diabólica" foram os significados extraídos pelo deputado.
"Temos a obrigação de desconfiar de quem tudo promete para além de 2019 e que durante os últimos quatro anos, ou seja, desde 2015, tudo fez para que a Madeira não tivesse aquilo que, agora, promete para além de 2019", disse Jaime Filipe Ramos, enunciando as várias medidas "bloqueadas" pelo Governo da República como a questão dos juros, as dívidas aos subsistemas da saúde, a ligação ferry entre a Madeira e o continente, e a revisão do subsidio de mobilidade, entre outras.
O presidente do CDS-PP/Madeira, Rui Barreto, secundou a observação do social-democrata, dizendo que António Costa foi à Madeira "revelar uma perturbação" e "um quadro patológico absolutamente preocupante", concluindo que o primeiro-ministro devia ter a obsessão de resolver os assuntos da Madeira pendentes na República.
Já o líder do PS, Vítor Freitas, contrapôs, argumentando que o PSD/Madeira tem uma "obsessão" com os convidados que os socialistas trazem à Região, "mas já não tem obsessão" com os que traz nomeadamente à Assembleia no âmbito da Comissão de Revisão do Estatuto Político-Administrativo.
O secretário-geral do PS, António Costa, afirmou sábado, na Ponta do Sol, estar "obcecado" pela Madeira, do mesmo modo que está por "todo o território nacional" como líder partidário e primeiro-ministro.
"Tenho ouvido dizer, num tom de crítica, que eu estou obcecado pela Madeira. Não percebo a crítica, porque verdadeiramente o que se pede a alguém que é líder de um partido político, que ainda por cima exerce as funções de primeiro-ministro, é que seja mesmo obcecado pelo seu país", declarou na altura.
António Costa vincou também que é "mesmo obcecado pelo seu povo" e "por todo o território nacional".
"Para mim, a Madeira não é menos Portugal que o Algarve ou Trás-os-Montes. A Madeira é Portugal e estou sim, estou obcecado pela Madeira", declarou, após o que foi aplaudido de pé pela assistência.
"E digo-vos mais: eu pela Madeira vou onde for necessário ir", garantiu.
C/LUSA